Alejandro Forero
Ejecutivo Principal de la Dirección de Transformación Digital de CAF
Uma das lembranças que ficarão de 2021 são os ataques cibernéticos em eventos de grande impacto, como o derramamento de combustível em um oleoduto nos EUA devido ao sequestro de dados da empresa proprietária. A segurança cibernética vem ganhando força, mesmo antes da digitalização massiva que ocorreu em resposta à pandemia da COVID-19.
A mudança de hábitos, a presença digital e principalmente o aumento das transações digitais nos tornam mais vulneráveis à materialização de riscos no mundo digital. Não importa se a causa é uma falha de componente (hardware ou software), uma queda de energia ou a ação criminosa de algum ator oculto em busca de lucro. Essa realidade levou as organizações e os Estados a tomarem medidas para enfrentar os riscos.
A partir do quadro de ação multilateral, a União Internacional de Telecomunicações (UIT) considera a segurança cibernética como uma responsabilidade compartilhada que requer uma ação coordenada de prevenção, preparação, resposta e recuperação de incidentes pelas autoridades governamentais, setor privado e sociedade civil. Esse quadro é frequentemente chamado de Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (NSC) e é um elemento crítico para a segurança socioeconômica de qualquer país. A UIT apresenta uma Diretriz de Referência para ajudar os países a criarem um marco nacional de segurança cibernética eficaz. Da mesma forma, a UIT monitora o progresso dos países em termos de segurança cibernética com o GLOBAL CYBERSECURITY INDEX que se baseia em cinco pilares: (i) medidas legais, (ii) medidas técnicas, (iii) medidas organizacionais, (iv) desenvolvimento de capacidades e (v) cooperação.
Também no âmbito regional, a partir da OEA ou da CEPAL, houve iniciativas que buscam avaliar o estado da região em termos de segurança cibernética, fortalecer a cooperação e desenvolver capacidades.
Olhares mais amplos, como o da Internet Society (ISOC), que trabalha para que a Internet seja aberta, globalmente conectada, segura e confiável, ajudam que a segurança cibernética não permaneça apenas uma resposta a ações criminosas, mas a incluir soluções amplas que potencializam a comunicação e a digitalização como fatores de melhoria para as atividades humanas e a evolução dos ecossistemas no planeta.
No CAF, a segurança cibernética é explorada e desenvolvida em projetos que vão desde o desenvolvimento da infraestrutura digital, a avaliação e a proposta da transformação digital da região, o desenvolvimento de um mercado único digital e a economia digital, e as indústrias digitais baseadas no conhecimento.
Após 2 anos de pandemia, com a massificação da presença e das transações digitais, os riscos digitais estão cada vez mais presentes. Entretanto, sua abordagem deve abranger o mundo híbrido que começamos a delinear: cidades, produção, cadeias de suprimentos e a própria vida dos indivíduos, que interagem diariamente entre os mundos físico e virtual. A forma como o conteúdo digital é produzido e consumido deve ser capaz de distinguir as falsificações em (Deepfakes); a tecnologia operacional (TO) deve ser protegida para garantir a operação industrial e produtiva; as transações de indivíduos, empresas e Estados devem ser seguras e confiáveis. É assim que o CAF vislumbra a transformação digital e trabalha com os países da região para concretizar o potencial dessa transformação.