Não se pode lutar contra o que não se sabe... é preciso colocar os dados em um mapa!
Os sistemas de informações geográficas (SIG) são um conjunto de ferramentas tecnológicas baseadas em software e hardware que permitem a coleta, organização, armazenamento, manipulação, análise e disposição de grandes quantidades de dados do mundo real para orientar a tomada de decisões de uma forma mais eficaz.
Por meio da integração de dados, foi possível organizar rapidamente ações para enfrentar os grandes desafios colocados pela COVID-19. Os SIG ajudam a identificar as populações vulneráveis e identificar como elas estão sendo afetadas em maior e menor grau. Também são úteis para compreender como podemos usar melhor os recursos e explicar o porquê das diversas ações que são tomadas para administrar a pandemia.
São a ferramenta mais utilizada para a gestão das informações com componente espacial por instituições e empresas públicas ou privadas para o manejo da realidade e, portanto, uma importante aliada para lidar com a pandemia decorrente da COVID-19. Só nos Estados Unidos, pouco mais de quatrocentos serviços de informação geográfica estatais são registrados on-line para o acompanhamento da COVID-19, utilizando o mesmo provedor de software de sistemas de informação geográfica nos Estados Unidos.
Como é sabido, os sistemas de informação geográfica e as infraestruturas de dados espaciais (IDE) nacionais tiveram um papel relevante na gestão de dados massivos como insumo para aplicações de sistemas e painéis de gestão dos indicadores e da implementação de políticas públicas para gerenciar o contágio, o confinamento e o afastamento social;UruguaiUruguai alguns exemplos podem ser vistos na Bolívia, no Equadore nos países do Caribe como República República Dominicana entre outros da América Latina.
É assim que, em casos referidos na recente publicação Oportunidades de Digitalização na América Latina em face da COVID-19, podemos encontrar referência ao desenvolvimento de aplicativos na Índia, China, Cingapura, Japão, bem como nas regiões latino-americana e europeia.
Um caso de menção especial são os painéis ou dashboards, que são assim chamados pela semelhança com os painéis dos automóveis, pois permitem de forma simples e ordenada apresentar as informações de uma maneira fácil de ler. O painel de acompanhamento de casos de COVID-19 em tempo quase real no mundo mais reconhecido foi o do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE, na sigla em inglês) na Universidade Johns Hopkins (JHU), desenvolvido em conjunto com a Organização Mundial da Saúde e a empresa privada. Este painel global é uma iniciativa que permite registrar, de forma colaborativa, os indicadores de todos os países. Isso garante uma leitura total e inclusiva, integra todas as fontes de dados e assim supera as barreiras da interoperabilidade.
Este painel é atualizado regularmente dia a dia com dados recebidos da OMS, responsável por compilar as informações oficiais recebidas dos países. O site permite o acesso ao download das séries de dados publicados antes de 21 de janeiro de 2020 para sua análise por qualquer usuário.
No caso espanhol, os sistemas de informação geográfica têm sido de grande relevância para a gestão do confinamento, do afastamento social e do monitoramento de casos positivos. Foi muito importante dentro do pilar da saúde pública, apoiando as decisões que se materializam no recém- publicado Plano de Transição para um Novo Normal o Plano do Desescalonamento.
Neste caso, os SIG apoiam o Ministério da Saúde, Consumo e Bem-estar Social da Espanha e também, de forma descentralizada, os municípios na gestão do painel de indicadores do plano, especialmente as dimensões: sanitária, social, econômica e mobilidade.
Os SIG integrados com plataformas digitais contribuirão para a tomada de decisões dos municípios para a prestação de serviços como a provisão e distribuição de insumos para populações confinadas, melhorando a logística de distribuição e tornando mais eficientes o uso do espaço urbano, os tempos de circulação e o controle social para o desescalonamento.
A vice-presidência de Infraestrutura do CAF vem apoiando há mais de uma década o desenvolvimento das IDE, contribuindo para o fortalecimento das capacidades institucionais e a difusão de dados geoespaciais na região através da plataforma GEOSUR, e também financiou projetos emblemáticos, como os mapas digitais integrados das Américas.