Em 27 de setembro de 1975, foi criada a Organização Mundial do Turismo, hoje conhecida como ONU Turismo, uma agência das Nações Unidas para promover o desenvolvimento ordenado deste setor devido ao seu grande impacto no crescimento econômico dos países. Desde então, essa data é celebrada como o Dia Mundial do Turismo, uma comemoração que deve nortear o ano seguinte. Desta vez, a proclamação “Turismo e Paz” será lançada em Tbilisi, capital da Geórgia.
Desde as primeiras excursões, organizadas em meados do século XIX para fins de peregrinação, passamos das visitas a santuários ao turismo experiencial de hoje, onde os viajantes querem se envolver com os costumes, atividades e tradições locais, aprendendo com os destinos que visitam.
A principal motivação do turismo continua sendo o lazer e o descanso, que, ao mesmo tempo, enriquecem o conhecimento e a qualidade de vida. No entanto, por trás dessa fachada, existe um poderoso motor de desenvolvimento sustentável para os países, criando empregos com vantagens comparativas sobre outras atividades, especialmente para jovens e mulheres (três empregos indiretos para cada um direto), com funções dificilmente substituíveis por máquinas. Na verdade, o turismo representa 11% da empregabilidade global; como exportação de serviços, fortalece o setor externo da economia sem esgotar os recursos, redistribui a renda com um forte efeito multiplicador na população, contribui com 11% do PIB e sustenta os atrativos culturais e naturais, além de impulsionar as novas economias criativas e indústrias como a de construção e transporte.
No entanto, há vários desafios. O principal é a sustentabilidade em seus três componentes: ambiental, social e cultural. Não devemos permitir a destruição do meio ambiente e da biodiversidade, nem da riqueza cultural. Pelo contrário, precisamos focar na conservação e valorização, envolvendo as comunidades e residentes para que eles também desfrutem dos benefícios. O turismo é responsável por 8% das emissões globais de gases de efeito estufa, e a ONU Turismo estabeleceu a meta de alcançar NetZero até 2050. Precisamos acelerar os esforços para vencer a batalha contra a mudança climática.
Outro desafio é a sustentabilidade social, relacionada a reações como a emergente “turismofobia,” protestos públicos contra o turismo, que não se justificam contra o turismo em si, mas que podem ser explicados por práticas ruins e falta de planejamento. A chave está na rigorosa observação das regras de um turismo sustentável. É aí que a CAF, com sua direção de Turismo, entra para ajudar a enfrentar os desafios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Nos últimos anos, a CAF realizou cerca de 40 Cooperações Técnicas e 20 Operações de Crédito vinculadas ao turismo, além de 11 Guias de Investimento elaboradas em parceria com a ONU Turismo, todas observando rigorosamente as salvaguardas de sustentabilidade turística e avaliando o impacto para melhorar a qualidade de vida das pessoas na América Latina e no Caribe.
Sem paz não pode haver turismo, é verdade, mas o turismo também contribui para a construção da paz, pois o conhecimento de outras culturas e lugares, proporcionado pelo ato de viajar, ensina o valor da tolerância, base da convivência pacífica.
Feliz Dia do Turismo!
Oscar Rueda
Diretor de Turismo Sustentável, CAF -banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe-
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