Em 2021, o CAF se propôs a ser o Banco Verde e do Crescimento Sustentável e Inclusivo da América Latina e do Caribe, estabelecendo o compromisso ambicioso de alcançar 40% de financiamento verde até 2026. Esta agenda promove uma abordagem ecossistêmica com um forte componente de integração regional, conciliando o desenvolvimento produtivo com a conservação e recuperação do capital natural compartilhado pela região. Sob este mandato, o CAF trabalha para desenvolver estratégias alinhadas com o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal e o Acordo de Paris.

A crise climática e a de perda de biodiversidade estão estreitamente interligadas, o que significa que a resolução satisfatória de uma requer a consideração da outra. Ambas têm impactos predominantemente negativos no bem-estar humano e na qualidade de vida. O aumento das concentrações de GEE na atmosfera leva a mudanças nos regimes de precipitação, que afetam negativamente a biodiversidade. Isso, por sua vez, impacta o sistema climático, especialmente através de seus efeitos nos ciclos de nitrogênio, carbono e água. Essas interações podem gerar retroalimentações complexas, resultando em efeitos mais intensos e menos previsíveis. É necessário criar canais de comunicação eficazes que permitam às partes dialogar e acelerar a implementação de políticas coerentes, baseadas em objetivos científicos que permeiem as agendas nacionais de clima e biodiversidade.

As Conferências das Partes (COP) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CMNUCC) tornaram-se instrumentos de alta relevância, facilitando a negociação entre os países e permitindo a participação de outros atores que influenciam as ações contra a perda de biodiversidade e a luta contra as mudanças climáticas, respectivamente. Entre 2024 e 2025, duas COPs ocorrem na região: a COP16, da CDB, em Cali, Colômbia, e a COP30, da CMNUCC, em Belém, Brasil. Esta agenda destaca a importância da América Latina e Caribe como região de soluções para esta dupla crise.

No CAF, buscamos gerar espaços que contribuam para a articulação de uma ação coordenada dos países da América Latina e do Caribe nessas instâncias de negociação. A COP29 surge como um espaço fundamental para refletir sobre os resultados de Cali e, considerando os avanços nas negociações em Baku, começar a delinear uma agenda regional comum para Belém.