Na América Latina e no Caribe (ALC) alcançaram uma cobertura elétrica residencial quase universal passando de uma conexão às redes dedistribuição de eletricidade de 90% em 2001 para 98% em 2021.
No entanto, apesar destes avanços, ainda existe uma lacuna significativa: em 2021, mais de 18 milhões de latino-americanos e caribenhos, residentes em 4,6 milhões de domicílios, não tinham cobertura elétrica. Este atraso é explicado principalmente pela falta de ligações elétricas nas zonas rurais, que afeta 3,5 milhões de domicílios.
Aos desafios em termos de eletrificação somam-se os desafios ambientais: embora a nossa região seja responsável por 10% do total das emissões de CO2, a sua participação tem aumentado nas últimas décadas e o apelo à implementação de medidas de mitigação é urgente para atingir os objetivos de redução de emissões estabelecidos no marco das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês).
Portanto, os países da região têm um triplo desafio: investir na eletrificação —necessária para o crescimento—, incorporar infraestrutura energética que permita a geração de eletricidade com baixo teor de carbono —necessária para proteger o meio ambiente— e incluir as populações mais desfavorecidas, particularmente aquelas que vivem nas zonas rurais--necessário para não que não se deixe ninguém para trás
Entre 2014 e 2023, o CAF financiou 11 projetos de energia renovável por um valor total de US$347 milhões que permitiram aumentar a eletrificação rural e urbanana região. Esses projetos consistiram na construção, entrada em operação e manutenção de seis parques eólicos, vinte e seis usinas solares e duas centrais hidrelétricas.
Segundo cálculos próprios, esses projetos proporcionariam 2.850 GWh de geração de energia elétrica por ano, o que equivale a fornecer energia a um total de 1,1 milhões de domicílios.
Estes projetos têm impactos positivos em termos de crescimento e desenvolvimento econômico, refletidos na melhoria dos indicadores do mercado de trabalho (aumento do emprego e da renda), produção (aumento da produção industrial), condições de vida (redução do gasto de energia), saúde (redução de doenças respiratórias e oculares), educação (aumento do tempo de estudo e da frequência escolar) e ambiente (melhoria da qualidade do ar e redução das emissões de CO2).
Em termos de impacto ambiental, estima-se que os projetos financiados pelo CAF reduziram as emissões de GEE em quase 4 milhões de toneladas de CO2 equivalente desde a entrada em funcionamento de cada projeto de energias renováveis até 2022, o que contribui para as metas de mitigação da ALC estabelecidas no âmbito das NDC.