Diálogos sobre políticas para a recuperação pós-pandemia

A América Latina foi uma das regiões do mundo mais atingidas pela pandemia de COVID-19. A crise de saúde, por sua vez, impactou significativamente os indicadores sociais. Em particular, o aumento da pobreza e da desigualdade fez retrocederemos os avanços dos últimos 10 a 15 anos observados nesses indicadores. Muitos desses impactos poderão persistir ao longo do tempo. Por exemplo, o fechamento de escolas, a evasão escolar ou o aumento da informalidade afetam a trajetória de longo prazo das oportunidades de emprego para os jovens, reduzindo permanentemente sua capacidade de gerar renda.

Os sistemas de proteção social em muitos países não estavam preparados para tamanha crise. Em geral, esses sistemas estão vinculados ao emprego formal, de modo que mais de 270 milhões de trabalhadores na América Latina não estavam cobertos com seguro-desemprego adequado, previdência, cobertura médica e proteção contra outros riscos que afetam seu bem-estar e de suas famílias. A crise forçou os governos a expandirem os sistemas de transferência existentes, mas alcançar aquelas populações que estavam fora dos cadastros administrativos devido à sua situação de emprego informal ou precário representou um desafio significativo.

É necessário, portanto, repensar os sistemas de proteção social na fase pós-pandêmica para garantir o acesso aos serviços sociais básicos e a proteção contra os múltiplos riscos aos quais as famílias estão expostas. Esses sistemas, no entanto, não devem desencorajar a acumulação de capital humano, a transição para o emprego formal e também devem ser financeiramente sustentáveis. As políticas de proteção social devem ser combinadas com intervenções urbanas que melhorem as condições do habitat, espaços públicos e segurança cidadã, aspectos que também são relevantes para o bem-estar das famílias em uma região altamente urbanizada.

Neste seminário, serão discutidos resultados e recomendações de políticas contidos em uma série de estudos especialmente elaborados por especialistas do CAF. Por sua vez, autoridades governamentais da região discutirão os desafios da formulação e implementação de tais políticas.