Inovação digital subnacional na América Latina

A transformação para um mundo urbano e digital já é uma realidade global. Desde 2008, o mundo é mais urbano do que rural. A América Latina é urbana desde 1961, e hoje mais de 80% da população da região vive em cidades. Por sua vez, a transformação digital é um fenômeno ainda mais rápido: em menos de 30 anos, a proporção de pessoas com acesso à Internet passou de 0% para 45% globalmente (56% na ALC). Por exemplo, espera-se que o tráfego IP global em 2022 exceda todo o tráfego de Internet combinado até 2016. Isso significa que, nos últimos 6 anos, criamos mais trocas por meio de canais digitais do que em toda a história (combinada).

A digitalização traz consigo um ajuste das expectativas dos cidadãos em relação à qualidade dos serviços prestados pelos governos. No entanto, a penetração das ferramentas digitais não tem sido tão rápida no setor público. O que se observa como consequência é o descrédito das administrações, refletido na crença de que, para 56% da população latino-americana, é justificável sonegar impostos em virtude da qualidade dos serviços que recebem. No contexto do surgimento da pandemia da COVID-19, esse cenário se agravou, transformando a digitalização não apenas em um elemento para atender às expectativas dos cidadãos, mas também em um imperativo para os governos.

Embora a maioria dos países da região tenha estratégias nacionais de transformação digital, ainda é difícil implementá-las em nível de estados/províncias e municípios. Esse é o nível de governo mais demandado e mais próximo dos cidadãos, mas geralmente é o menos equipado técnica e financeiramente para realizar essa transformação. As entidades subnacionais têm dificuldade em expandir sua oferta de serviços digitais (e especialmente os inovadores), seja por falta de financiamento, falta de conhecimento ou simplesmente falta de tempo para atender a essa necessidade.

Com base nesses desafios, a CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina, mobilizou recursos de cooperação técnica para financiar estudos e projetos relacionados à inovação digital de governos subnacionais por meio de: (i) avaliação e apoio à articulação nacional-local de estratégias nacionais de transformação e/ou governo digital; (ii) desenvolvimento de soluções digitais inovadoras em municípios; (iii) promoção do intercâmbio e disseminação de boas práticas em inovação digital entre cidades e países. Ele se soma à estratégia mais ampla da DTD em nível subnacional, focada na transformação das famílias, dos governos, da economia e do meio ambiente por meio do uso de tecnologia, dados e inovação, e focada no Brasil, Argentina, Colômbia e México.

Horário: 9:00 A.M. (COL)

Data: 9 de junho de 2023

*Este evento será transmitido neste mesmo microsite.