O surgimento das multinacionais brasileiras
Nos anos 90, as empresas brasileiras contavam com uma baixa internacionalização. Uma onda de reformas econômicas em 2000 incentivou muitas delas a aumentar seus investimentos e, assim, sua capacidade de expansão nos mercados internacionais
Durante a década de 80 houve na América Latina uma onda de internacionalização que abriu as portas para a liberalização e desregulamentação dos mercados. No entanto, no início dos anos 90, em países como o Brasil, a ausência de um conjunto de ativos tecnológicos, gerenciais e financeiros fez com que as principais empresas não pudessem competir com similares de primeiro nível, invertendo esta tendência regional.
Considerando seus baixos níveis de competitividade nos mercados internacionais, as empresas brasileiras decidiram se concentrar nos mercados locais, processo que se consolidou ainda mais graças às etapas de privatização dos anos 90. Foi apenas no final desta década que se começou a perceber uma maior participação de investidores institucionais e gerentes profissionais nas companhias brasileiras, aumentando os investimentos e a expansão para outros países.
No início do ano 2000, os investimentos das multinacionais brasileiras alcançaram mais de USD 3 bilhões. Em questão de 6 anos, chegaram a USD 19 bilhões, em parte como consequência de fusões e aquisições de diversas empresas como Interbrew e AmBev, e Inco pela Vale, respectivamente.
As multinacionais brasileiras continuaram a se expandir em novos mercados aproveitando as baixas taxas de juros e o excesso de liquidez que o país vivenciava, abrindo as portas para que empresas como Vale, Embraer e Embraco liderassem seus respectivos setores com modelos de negócios que combinam baixos custos com uma gama de produtos e serviços atraentes, e sistemas logísticos e informáticos adaptados às necessidades de mercado.
Atualmente, muitas multinacionais brasileiras são comercializadas em mercados internacionais, competindo com empresas da OCDE de grande magnitude, em uma grande diversidade de setores, como mineração, petróleo, siderurgia, indústria aeroespacial, entre outros. A publicação " Empresas multinacionais latino-americanas" mostra com detalhes vários destes casos de sucesso das multilatinas brasileiras.