A caderneta de poupança é o produto financeiro mais conhecido no Equador
A existência de um sistema cooperativo com mais de 5,7 milhões de pessoas e o aprofundamento do sistema bancário com mais de 7 milhões de poupadores tiveram um impacto significativo na cultura financeira do país
Com o objetivo de conhecer os níveis de educação financeira em quatro países da região, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- realizou a "Pesquisa de Medição de Capacidades Financeiras nos Países Andinos: Colômbia, Bolívia, Equador e Peru" para avaliar as atitudes, habilidades e comportamentos dos cidadãos. Os resultados da pesquisa foram apresentados em Guayaquil, graças ao apoio da Superintendência de Companhias, Valores e Seguros.
No Equador, os resultados da pesquisa mostram que a maioria dos entrevistados conhece algum tipo de produto financeiro. Embora a poupança seja conhecida por 92% dos equatorianos entrevistados, apenas 50% indicaram que possuem uma caderneta de poupança e 38% escolheram uma nos últimos dois anos.
Um dos fatores que contribuíram com a cultura financeira do país é a existência de um sistema cooperativo com mais de 5,7 milhões de pessoas e o aprofundamento do sistema bancário com mais de 7 milhões de poupadores. No entanto, o nível de posse, escolha e uso de algum produto financeiro é baixo, o que poderia significar a existência de uma brecha entre a oferta existente e as necessidades da população em termos de guardar dinheiro.
O estudo também revelou que 41% da população não economiza dinheiro e quando o faz, prefere fazê-lo em casa ou através de acordos informais. Outro dos resultados mostra que as mulheres que participam ativamente nas decisões de seus lares possuem capacidades financeiras mais favoráveis.
Nos quatro países a pesquisa mostrou que o conhecimento e a posse de produtos financeiros estão diretamente relacionados com a área urbana de residência e com os níveis socioeconômicos e de escolaridade. Em geral, registram-se capacidades financeiras mais baixas em pessoas com níveis limitados de educação, inativos ou desempregados, residentes de áreas rurais ou quem pertence a baixos setores socioeconômicos.
Entre os desafios mais importantes para a região está a criação de políticas de inclusão financeira que ajudem a reduzir as lacunas de gênero, geográficas, educativas e de renda, a fim de permitir que as pessoas acessem o sistema financeiro e, desse modo, melhorem o bem-estar e a competitividade da população.
O número total de entrevistados nos quatro países foi 4.871 pessoas,incluindo homens e mulheres de todas as camadas sociais, com uma margem de erro de 2,8%.
A "Pesquisa de Medição de Capacidades Financeiras nos Países Andinos: Colômbia, Bolívia, Equador e Peru" foi financiada e patrocinado pelo CAF através da Associação Solidariedade Países Emergentes (ASPEm).