Energia geotérmica na América Latina, um potencial desaproveitado?
A América Latina tem um enorme potencial geotérmico que representa cerca de 15% do total da capacidade geotérmica mundial. O México está no topo da lista, sendo um dos países em nível mundial com maior capacidade geotérmica. Cada enfoque para o desenvolvimento de toda a região difere notoriamente: Costa Rica e El Salvador querem aumentar a capacidade principalmente através do setor público; Nicarágua e Guatemala desejam o desenvolvimento do setor privado e estão dispostas a desenvolver e seguir modelos de parcerias público-privadas.
A necessidade em médio e longo prazo para melhorar a geração energética continua em vigor. Com a redução da demanda no mercado de petróleo, a indústria geotérmica poderia ser a principal beneficiária, explica Juan García, gerente de projetos do Conselho Nacional de Energia.
Neste contexto, uma das principais questões que especialistas do CAF debateram no Congresso Geotérmico da América Central e do Caribe foi se as empresas privadas entrarão em parceria com os governos para aproveitar esta oportunidade de aumentar a grande escala a geração de energia geotérmica na região.
No fórum determinou-se que a energia geotérmica enfrenta atualmente três grandes desafios:
- Mitigar os riscos: os mecanismos para mitigar os riscos de exploração são necessários. Por isso, é necessária a participação do setor público através do investimento estatal, incluindo o apoio para a exploração. Para começar, o World Bank Group desenvolveu um esforço para reduzir os riscos de exploração, proporcionando USD 250 milhões para os países.
- Melhorar o clima de investimento: os governos devem trabalhar para agilizar os marcos regulatórios legais que garantam o acesso a um financiamento suficiente para reduzir o risco.
- Melhorar a contratação pública de desenvolvedores com experiência: os países precisam atrair e selecionar especialista com habilidades técnicas e financeiras que os qualifiquem para realizar a exploração, porque a energia geotérmica poderia desempenhar um papel fundamental na diversificação, na redução de custos e na matriz ecológica do setor elétrico da América Latina e do Caribe.
Entre as principais conclusões prevaleceu que, apesar do grande potencial que a região possui, o progresso tem sido limitado. Destacou-se a principal necessidade para poder avançar: pessoas mais qualificadas e especializadas, instituições fortes e uma maior cooperação entre os setores público e privado.