"Pelo esporte e pelos seus direitos: uma transformação cultural através do futebol"

A desconstrução de estereótipos de gênero e o empoderamento das meninas, adolescentes e mulheres, a formação e o fortalecimento institucional são os três eixos que sustentam o projeto "Pelo esporte e pelos seus direitos: uma transformação cultural através do futebol", uma proposta da Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres - ONU Mulheres, do Instituto Nacional das Mulheres do Ministério do Desenvolvimento Social do Uruguai (INMUJERES/MIDES), da Organização Nacional de Futebol Infantil (ONFI) e da Organização de Futebol do Interior (OFI), que conta com o apoio do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina.

Em um evento realizado na sala de imprensa da Torre Executiva, sede da instituição e da Presidência da República, foi realizado o lançamento do projeto, que visa a contribuir para a transformação cultural através da educação de valores, a fim de alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das meninas, adolescentes e mulheres, através da promoção do futebol feminino e da inclusão de meninas e meninos em um espaço esportivo/treinamento integral.

Também participaram do evento Gladis Genua, diretora-representante do CAF no Uruguai, Mariella Mazzotti, diretora do INMUJERES-MIDES, Magdalena Furtado, coordenadora do ONU Mulheres, Luis de Melo, presidente da Organização Nacional de Futebol Infantil, e Gustavo Bares Silva, presidente da Organização de Futebol do Interior.

"O que esperamos com este primeiro projeto é alcançar a transformação cultural que a sociedade como um todo necessita. Neste caso, o esporte é a ferramenta através da qual queremos educar as meninas e os adolescentes de uma forma integral, promovendo a formação de valores e atitudes através do esporte. Mas também queremos que tenha um impacto sobre os meninos, os treinadores e o ambiente em geral, a fim de promover a transformação de estereótipos e fazer com que as meninas, adolescentes e mulheres possam praticar o esporte com a liberdade e o direito que lhes são garantidos", afirmou Genua.

Mazzotti explicou a importância dos processos de socialização tanto das meninas quanto dos meninos. "Para nós, é muito importante a mensagem passada aos meninos. A igualdade é uma relação que se constrói entre todos e todas", disse. Da mesma forma, ela ressaltou a importância da prática do futebol desde os primeiros anos como uma chave para a socialização dos meninos, meninas e adolescentes.

Por sua vez, Furtado declarou que "a prática esportiva é uma área onde os estereótipos e modelos de sociedade são refletidos. Poder intervir exatamente nesse ponto, nos valores, na educação e na igualdade, parecia-nos uma proposta muito importante para avançar em direção a uma sociedade mais justa, principalmente no Uruguai, onde o futebol faz parte da identidade nacional".

"Este programa complementa os esforços que temos feito na organização para alcançar um dos nossos objetivos principais: que mais meninas tenham acesso ao direito e mais mulheres ocupem lugares de tomada de decisão", disse o presidente da ONFI. Ao mesmo tempo, Bares Silva, presidente da OFI, mostrou a trajetória de 17 anos do futebol feminino no interior do país. "Um importante legado de participação foi sendo construído. Hoje temos 96 clubes, 3600 jogadoras e dezenas de árbitras", disse ele.

A instituição financeira investirá US$ 103.000, que serão destinados ao ONU Mulheres durante o período de um ano, para que realize workshops e dias de capacitação sobre empoderamento, liderança, saúde sexual e reprodutiva e violência baseada em gênero para 200 jogadoras de futebol.

Por outro lado, 3.000 adolescentes e meninas participarão das Jornadas Regionais de Comemoração do Futebol Infantil, enquanto 60 delegados e 200 treinadores departamentais serão capacitados em gestão esportiva com ênfase em gênero e na preparação do projeto.

Considerando o papel da Organização Nacional de Futebol Infantil - ONFI - como uma instituição que promove o futebol para crianças de 6 a 13 anos (com 9 zonas e 60.000 meninos e mais de 2.900 meninas) e da Organização de Futebol do Interior - OFI - (com 4 confederações e 77.953 jogadores e mais de 3.606 jogadoras ativas), que realiza competições a partir dos 13 anos de idade no interior do país, no primeiro ano de implementação, o projeto visa a instalar a infraestrutura para ajudar a gerar mudanças culturais que sejam mantidas ao longo do tempo, a fim de alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento das meninas, adolescentes e mulheres.

Também no âmbito do projeto, no dia 9 de maio, foi lançada a Copa CAF-ONU Mulheres, que corresponde ao 15º Campeonato Nacional de Futebol Feminino, promovido pela OFI.