Boas práticas para trazer a conectividade para a sala de aula e digitalizar a educação
A digitalização da educação – graças à conectividade das aulas, a programas holísticos com conteúdo adequado e à formação dos educadores – gera uma conjuntura única para resolver um dos principais desafios da América Latina: a melhoria real da qualidade da educação para formar as novas gerações
Promover a universalização e não a elitização da educação, as TIC e a conectividade, além de gerar o compromisso dos governos para a definição dos objetivos da incorporação das TIC nos modelos educacionais junto com a contribuição da empresa privada, são as recomendações para o Equador que emergem do Fórum Internacional TIC e Educação 2017, organizado pelo Ministério de Telecomunicações e da Sociedade da Informação (MINTEL) e pelo Ministério da Educação (MinEduc), com financiamento e apoio de materiais do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
O evento que permitiu conhecer a importância da contribuição das TIC para melhorar a qualidade da educação no Equador, abordou, entre outros tópicos: a infraestrutura e a conectividade nos sistemas da América Latina, a educação e a digitalização, a incorporação das TIC nos processos de ensino e aprendizagem e seus impactos.
Durante a abertura do evento, Constanza Calderón, vice-representante do CAF no Equador, mencionou que a instituição uniu esforços para apoiar os governos da região no desenvolvimento de uma agenda que permita acelerar o processo de transformação do sistema educacional através do uso da tecnologia e da conectividade de banda larga. Para abordar esse desafio, mencionou, também, que é indispensável que os governos da América Latina desenvolvam planos sólidos de tecnologia e conectividade, no médio e longo prazos, com um enfoque articulado com os objetivos de desenvolvimento de cada país, e que procurem resolver os desafios de infraestrutura, conectividade, financiamento e implementação de tecnologia na educação.
Entre as apresentações principais, destaca-se a participação de Bibiam Díaz, executiva principal e especialista em educação para a região norte, que tratou sobre os eixos estratégicos da Agenda de Educação e a contribuição das TIC para a transformação dos sistemas educacionais. Mencionou, ao respeito, os esforços que a instituição antecipa para aumentar o acesso à educação, com ênfase na população de menores recursos, a importância de melhorar a qualidade da educação com intervenções integrais tanto para professores como estudantes, e as ações realizadas para desenvolver a relevância da educação, especialmente para os jovens em idade de entrar no mercado de trabalho.
Por sua vez, Mauricio Agudelo, especialista sênior em telecomunicações, mídia e TIC, apresentou o programa do CAF para a transformação digital da América Latina e do Caribe, que busca a transformação produtiva e a integração regional por meio do desenvolvimento de infraestruturas de comunicações de banda larga que suportem a extensão de serviços baseados na internet para famílias, governos e empresas, e especialmente daqueles que têm um impacto importante na competitividade do setor produtivo. Adicionalmente, falou sobre o Observatório Digital da América Latina e do Caribe, o primeiro observatório que oferece uma visão integral do ecossistema digital da região e permite identificar novas necessidades de conhecimento, melhorar desenhos de políticas públicas e identificar oportunidades de negócios.
Após a finalização das apresentações e painéis com especialistas de alto nível, diversas recomendações foram feitas para que a conectividade nas salas de aula e a digitalização da educação sejam uma realidade na região. Entre as principais recomendações sobre políticas públicas, destacamos: Gerar um diálogo interinstitucional entre Ministérios de Educação e Telecomunicações, de Tecnologias da Informação e da Comunicação e da Fazenda para desenhar, implementar, executar, avaliar e avançar em planos de política educacional e conectividade, considerar que as políticas públicas no tema devem ser integrais e contemplar todos os elementos do ecossistema digital como infraestrutura, serviços, usuários, conteúdo e formação docente, e entender que a digitalização da sociedade é um processo irreversível e deve ser entendido como um fator de desenvolvimento.
Quanto à infraestrutura, recomenda-se construir uma plataforma nacional de infraestrutura tecnológica e educação que permita compartilhar informações e conhecimento, considerando que o equipamento tecnológico já existe nas salas de aula e que o passo seguinte é garantir sua conectividade plena e o acesso a plataformas, aplicativos e materiais que melhorem o processo educativo.
Também, quanto ao conteúdo, é necessário capacitar professores para o uso educacional e produtivo das TIC, e gerar materiais educativos cada vez mais personalizados para atender às necessidades de cada aluno.
Esta é a primeira vez que este evento é realizado no Equador. Na América Latina, o evento foi organizado no Chile e no Brasil, em 2015, e na Colômbia, em 2016, desenvolvendo a iniciativa do CAF e da Cepal para fortalecer a educação através de uma melhor aplicação das tecnologias digitais.
A premissa por trás deste esforço é que a infraestrutura e a conectividade nas salas de aula se transformam em um pré-requisito indispensável para o uso ótimo de plataformas tecnológicas no sistema educacional, a fim de conseguir uma melhor qualidade da educação.