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20 de dezembro de 2024
Um novo estudo do CAF e da organização R4D oferece uma série de recomendações para reduzir os altos níveis de abandono escolar no ensino secundário – cerca de 40% –, com a finalidade de promover que todos os jovens adquiram as habilidades necessárias para atuar com sucesso no mercado de trabalho e na vida social e, assim, impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da região.
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Coletar dados precisos sobre os alunos e programas, envolver mais os pais e as famílias, melhorar a qualidade dos docentes e incorporar a perspectiva de gênero nas políticas públicas educacionais. Estas são algumas das recomendações que o relatório “Políticas para melhorar a permanência e a conclusão do ensino médio na América Latina e no Caribe”, elaborado pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e pela organização Resultados para o Desenvolvimento (R4D), propõe para reduzir o abandono escolar e alcançar uma educação secundária universal e de qualidade na América Latina e no Caribe.
A publicação, baseada na análise de quatro iniciativas escolares no México e Chile, destaca que, atualmente, apenas 59% dos estudantes latino-americanos concluem o ensino secundário – sendo os maiores índices de conclusão registrados pelas mulheres –, uma taxa muito inferior à esperada, considerando que o ensino secundário é obrigatório na maioria dos países da região.
Embora a evasão na educação secundária varie significativamente entre os países, o relatório sugere que tal fato condiciona o crescimento econômico e contribui para a disseminação da economia informal, que, atualmente, emprega praticamente metade dos trabalhadores latino-americanos. Além disso, as pessoas que deixam a escola mais cedo tendem a passar mais tempo desempregadas e a dispor de menos ferramentas para lidar com os desafios que surgem durante e após o período escolar.
“Nos últimos 20 anos, a América Latina teve progressos significativos em termos de acesso ao ensino secundário, tanto homens quanto mulheres. De qualquer forma, os altos níveis de evasão do ensino secundário representam um freio no desenvolvimento socioeconômico da região e exigem soluções coordenadas para fazer com que mais alunos possam concluir seus estudos e contribuir em seus futuros empregos para aumentar a produtividade e a competitividade da América Latina”, explica Julián Suárez, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável do CAF.
Para conter as taxas de abandono escolar no ensino secundário, o relatório propõe nove recomendações, que devem ser implementadas tendo em conta a perspectiva de gênero, com base na qualidade dos ambientes de aprendizagem, abordagens inclusivas e participativas, dados e orientação, coordenação e investimento em capacidade escolar.
Lições aprendidas no México e no Chile
As lições aprendidas com estudos de caso do México – por meio dos casos “Construye T” e “Yo No Abandono” – apontam que iniciativas para frear o abandono escolar estão evoluindo e que houve uma mudança de percepção, passando de considerá-lo comportamento de risco para vê-lo como sintoma da necessidade de mudanças mais amplas no âmbito do sistema educacional.
Em vez de focar apenas nos alunos em situação de risco ou nos jovens mais vulneráveis, “Construye T” e “Yo No Abandono” adotam abordagens mais amplas e positivas. Ao mesmo tempo, as bolsas de estudo e outros apoios financeiros para alunos de baixa renda continuam sendo um importante complemento para as soluções em nível escolar para abordar a questão da repetência, sendo que a pobreza e as restrições econômicas ainda representam um obstáculo significativo para que os alunos possam concluir o ciclo de ensino secundário.
No caso do Chile, os dados e o sistema de metas da JUNAEB [Junta Nacional de Apoio Escolar e Bolsas de Estudo] e do programa “Aquí Presente” foram analisados. Em ambas as iniciativas são combinadas diferentes estratégias para identificar os alunos em situação de risco e lidar com a questão. De um lado, um sistema de alerta precoce em nível nacional, como o da JUNAEB, pode identificar com antecedência e em escala os grupos de alunos que tendem a abandonar os estudos e atribuir recursos e intervenções para reduzir o risco. De outro, uma iniciativa localizada nas escolas, como a “Aquí Presente”, com pessoal dedicado ao programa em tempo integral, pode lidar rapidamente com as necessidades dos alunos, compreender o porquê da situação de risco e desenvolver uma solução personalizada.
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