Pesquisa deixa em evidência os desafios da Argentina em termos de educação financeira
O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - apresentou os resultados da Pesquisa de medição de Capacidades Financeiras na Argentina, elaborada junto com o Banco Central da República Argentina (BCRA) em 2017. De acordo com a pesquisa, o conhecimento dos produtos financeiros na Argentina é moderado. Com uma pontuação de 11,5 em Educação Financeira, o país está no 37° lugar das 39 economias medidas.
No evento “Onde estamos e para onde vamos?” foram apresentados os resultados da Pesquisa de Medição de Capacidades Financeiras na Argentina, elaborada junto com o Banco Central da República Argentina (BCRA) em 2017.
A pesquisa, que foi realizada pela especialista sênior em Desenvolvimento Produtivo e Financeiro do CAF, Diana Mejía, e pelo chefe de Educação Financeira e Responsabilidade Social do BCRA, Mariano Iglesias, foi elaborada com a metodologia desenvolvida pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com a pesquisa, o conhecimento dos produtos financeiros no país é moderado, sendo que apenas oito produtos ou serviços são conhecidos por mais de 50% dos entrevistados. Por outro lado, 39% dos adultos afirmam não ter nenhum produto financeiro. Os que mais têm são titulares de cartões de débito (42%), cartões de crédito (37%) e cadernetas de poupança (29%).
A Argentina tem 11,5 pontos em Educação Financeira, o que situa o país no 37° lugar das 39 economias medidas. Além disso, o país tem a pontuação mais baixa dos seis países da região que também foram estudados pelo CAF (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru), tanto em conhecimento como em comportamento e atitudes financeiras.
“Os resultados das pesquisas nos permitem concluir que existe uma relação positiva entre o conhecimento e o comportamento financeiro, bem como uma relação positiva entre a poupança e a capacidade financeira”, explicou Diana Mejía durante a apresentação.
De acordo com a pesquisa, os argentinos se identificam com o cuidado do dinheiro e o pagamento em dia das contas, sendo que a maioria vigia pessoalmente suas finanças. Além disso, mostram um conhecimento teórico sobre a inflação, que está entre os níveis mais altos do mundo. Finalmente, os maiores desafios em Educação Financeira estão na população vulnerável em relação com o nível socioeconômico e, principalmente, ao menor nível alcançado de estudos.
O evento “Onde estamos e para onde vamos?” foi realizado no Banco Central e seu objetivo foi incentivar a educação e a inclusão financeiras no país. A inauguração foi feita pelo diretor-adjunto do BCRA, Mauro Alessandro, e pelo representante do CAF na Argentina, Andrés Rugeles. Este último declarou: “O CAF decidiu financiar a Pesquisa de Medição de Capacidades Financeiras na Argentina com o fim de diagnosticar os conhecimentos, habilidades e atitudes das pessoas em relação aos sistemas financeiros”.
Após as apresentações de Mariano Iglesias e Diana Mejía, a diretora do Centro de Desenvolvimento Econômico da Mulher, Helena Estrada, falou sobre o comportamento financeiro das mulheres. Finalmente, foi realizado um segundo painel intitulado “Desenvolvimento de Capacidades e Inclusão: para onde vamos?”, com exposições do gerente de Inovação Financeira do BCRA, Alejo Macaya, e do coordenador-geral da Comissão Nacional de Microcrédito do Ministério da Saúde e Desenvolvimento Social da Nação, Julián Costábile.
Para o CAF, a educação é crucial para a inclusão financeira, já que facilita o uso eficaz desses produtos e ajuda as pessoas a desenvolverem as habilidades para comparar e selecionar os produtos que melhor se adaptem às suas necessidades e possibilidades. Por meio da apresentação da Pesquisa de Medição de Capacidades Financeiras na Argentina, o CAF ratifica o seu compromisso com o melhor desenho dos programas de educação financeira na região.