Uruguai entre os países que mais promovem a integração regional
15 de março de 2022
O CAF apresentou em Montevidéu o relatório RED, que garante que, embora as empresas uruguaias se destaquem por sua vocação comercial, tenham espaço para se integrarem de forma mais eficiente ao comércio regional.
O CAF, banco de desenvolvimento da América Latina, apresentou o Relatório de Economia e Desenvolvimento 2021 (RED 2021) no Uruguai intitulado "Caminhos para a integração: Facilitação do Comércio, Infraestrutura e Cadeias de Valor Globais", o que garante que, em termos de facilitação de comércio, o Uruguai esteja entre os países mais avançados da região.
O relatório destaca a importância dos avanços realizados, mas enfatiza a necessidade de melhor integração comercial na região, destacando a importância da redução dos custos aduaneiros, da melhoria da infraestrutura, da redução dos custos internacionais e do enfrentamento das questões sociais, ambientais e climáticas.
O evento foi aberto pelo ministro das Relações Exteriores, Francisco Bustillo, e pelo representante do CAF no Uruguai, François Borit.
"Com o CAF propomos trabalhar mais em infraestrutura integral sustentável, em fronteiras e infraestrutura física, buscando maior integração energética e digital. Para isso, buscará facilitar o comércio, no desenvolvimento de fronteiras, com bens e melhoria de bens e serviços. Também desenvolveremos agentes renovados das mudanças climáticas e da biodiversidade, o que se soma ao nosso apoio ao desenvolvimento de infraestrutura no país", disse Borit.
Nesse sentido, o ministro Bustillo expressou a importância do apoio do CAF no planejamento da hidrovia em Laguna Merín (Uruguai-Brasil) e da construção da ponte internacional Monte Caseros-Bella Unión (Uruguai-Argentina). "Essas iniciativas impulsionam a economia entre os países vizinhos para facilitar a abertura comercial e o intercâmbio de produtos", disse ele.
"O relatório explora cuidadosamente a hipótese de que a baixa inserção trabalhista das empresas na América Latina se deve, em parte, ao uso limitado do espaço regional como complemento a uma estratégia de expansão das exportações", disse o ministro.
O artigo, apresentado por Lian Allub, economista-chefe da Diretoria de Pesquisas Socioeconômicas do CAF, explora a hipótese de que a baixa inserção internacional de empresas na América Latina em geral, e no Uruguai em particular, se deve, em parte, ao uso limitado do espaço regional como complemento a uma estratégia de expansão global das exportações. Para conseguir uma maior inserção regional e global, o relatório propõe atuar em três áreas específicas: facilitação do comércio, infraestrutura física e integração produtiva.
O índice de facilitação de comércio construído pela OCDE, que mede 11 dimensões relacionadas a esse conceito, garante que o Uruguai esteja entre os mais altos da região.
O relatório do CAF destaca que um dos setores que apresentou grande dinamismo no Uruguai foi o das exportações de serviços tecnológicos, que em 2005 representou 1% das vendas no exterior e em 2019 foi próximo de 10%.
Em termos de integração energética, o Uruguai destaca-se por seu investimento em energias renováveis não convencionais (ERNC), o que lhe permitiu tornar-se um exportador líquido de energia, gerando mais de 40% de sua energia pelo ERNC.
Em vez disso, o país tem espaço para melhorias em termos de procedimentos de apelação, procedimentos em geral e cooperação com a agência interna de fronteiras.
Em referência ao transporte, o país aumentou a conectividade aérea em relação a 2009, em especial em relação à conectividade internacional e conectividade marítima, tem um bom desempenho, com índice de conectividade marítima ligeiramente superior à média latino-americana, e tempo de espera para navios em portos semelhantes à média da região.
Em termos de infraestrutura terrestre, o Uruguai tem um bom desempenho de acordo com as métricas de acesso ao mercado. Apesar do bom desempenho em termos de indicadores, as empresas uruguaias, especialmente os exportadores, continuam a considerar a infraestrutura de transporte como uma barreira para o desenvolvimento adequado de sua atividade.
No que se refere à sua participação em cadeias de valor regionais e globais, em ambos os casos o Uruguai tem participação semelhante, com ênfase em ser um finalizador de processos e não como um fornecedor de insumos; em qualquer caso sua participação é relativamente baixa.
O relatório conclui que um dos grandes desafios enfrentados pelo Uruguai, como outros países da região, é incorporar maior valor agregado às suas exportações, e em particular isso poderia ser alcançado incorporando maior valor agregado do setor de serviços às exportações de manufaturados. Atualmente, a participação do setor de serviços no valor agregado interno das exportações de manufaturados está em torno de 25%, enquanto, em países como a Nova Zelândia, está próxima de 40%.
A partir da apresentação do relatório, foi realizado um painel de discussão com a participação do professor de Comércio Internacional da UdelaR, Marcel Vaillant; o diretor de Política Comercial do Ministério da Economia, Juan Labraga; a presidente da UTE, Silvia Emaldi; a pesquisadora e professora do IECON-UdelaR, Adriana Peluffo e o presidente da Confederação das Câmaras Empresariais, Juan Martínez.
O encerramento do evento ficou a cargo do diretor de Pesquisa Socioeconômica do CAF, Ernesto Schargrodsky.
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