Costa Rica lança projeto de inclusão financeira de mulheres com apoio do CAF
27 de abril de 2022
O objetivo da iniciativa, apresentada pela Primeira Vice-Presidência da República, o Instituto Nacional da Mulher e o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- é que o país avance no desenvolvimento de produtos financeiros que respondam às necessidades específicas das mulheres e, desta forma, contribuir para diminuir as disparidades de gênero.
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Em evento na Casa Presidencial, nesta quarta-feira, foi apresentado o projeto “Implementação das ações contidas no documento de diretrizes para fechar a lacuna financeira entre mulheres e homens na Costa Rica e seu programa piloto”.
A apresentação esteve a cargo da primeira vice-presidente da República, Epsy Campbell; da presidente-executiva do Instituto Nacional da Mulher (INAMU) e ministra da Condição da Mulher, Marcela Guerrero; e da gerente de Gênero, Inclusão e Diversidade do CAF, Ana María Baiardi.
O projeto, enquadrado na cooperação técnica que o CAF presta à Costa Rica, visa a contribuir para diminuir as brechas de gênero no setor financeiro, promovendo produtos que respondam às necessidades específicas das mulheres.
Banco Nacional, BAC Credomatic e Coopeservidores foram as entidades bancárias selecionadas para a implementação do plano piloto, com base em uma série de critérios para medir seu compromisso com a igualdade entre mulheres e homens no sistema financeiro nacional.
“Estamos convictos de que, graças a esse acordo e às alianças estabelecidas, em poucos meses, o país terá produtos financeiros desenhados e criados com base nas particularidades e diferenças entre mulheres e homens, tendo em conta as distintas lacunas, como o uso do tempo, que afeta e constitui barreiras para as mulheres ao garantir sua autonomia econômica”, indicou a vice-presidente da República, Epsy Campbell.
Por seu lado, a ministra da Condição da Mulher e presidente-executiva do INAMU, Marcela Guerrero, afirmou que “o INAMU vem desenvolvendo orientações para colmatar o fosso financeiro entre mulheres e homens para que qualquer instituição financeira possa implementá-las, por exemplo, incorporando em produtos e serviços as necessidades das mulheres em sua diversidade e sensibilizando o pessoal do sistema bancário para fornecer serviços que eliminem e previnam a exclusão financeira”.
“No âmbito da Estratégia do CAF para a Igualdade de Gênero, o Banco reitera seu compromisso de apoiar países membros, como a Costa Rica, a avançar para um sistema financeiro mais inclusivo. Para isso, é essencial quebrar as barreiras estruturais e de gênero que podem limitar a equidade no gozo de ofertas financeiras e não financeiras para alguns segmentos da população e, em particular, para as mulheres”, destacou a representante do CAF, Ana María Baiardi.
O trabalho e o esforço do país nessa questão se baseia no fato de que há um mandato político no mais alto nível sobre a necessidade de encerrar o fosso financeiro entre mulheres e homens, de modo a criar alianças com as quatro Superintendências Financeiras do país e os Bancos de Desenvolvimento, as instituições dirigentes e os responsáveis por ditar as políticas financeiras, em que cada um contribui com sua experiência e conhecimento como valor acrescentado ao processo.
As evidências mostram que eliminar as disparidades de gênero no acesso e uso de serviços financeiros é um meio que contribui para a igualdade de gênero em todas as áreas, mas para colmatar essa lacuna são necessárias ações específicas que atendam intencionalmente a esse objetivo.
Impactos
Desde 2019, o INAMU trabalha em uma agenda de inclusão financeira em favor das mulheres. Assim surgiu um primeiro documento, chamado “Relatório sobre as lacunas entre homens e mulheres no acesso e uso do sistema financeiro na Costa Rica”. O documento deu origem, em 2020, ao instrumento “Diretrizes para eliminar a lacuna financeira entre mulheres e homens na Costa Rica”, que estabelece as linhas de ação para que as entidades financeiras possam implementar ações relacionadas a políticas de inclusão que garantam os direitos das mulheres de acessar e fazer uso de recursos econômicos e serviços financeiros, de acordo com suas necessidades específicas.
Em 2021, foi lançado o segundo relatório sobre as lacunas entre mulheres e homens no acesso e uso do sistema financeiro na Costa Rica, revelando como a crise resultante da pandemia de COVID-19 afetou particularmente as mulheres. As estatísticas provam:
Em setembro de 2020, o país registra 1.176.161 pessoas com empréstimos ativos, em que 522.195 são mulheres (44,4%) e 653.966 são homens (55,6%). Ao comparar os dados com os números de dezembro de 2018 (relato), observa-se um decréscimo muito leve na diferença, uma vez que as mulheres passam de 43,8% para 44,4% e os homens, de 56,2% para 55,6%. Ou seja, o número de mulheres com empréstimo ativo aumenta quase 1 ponto percentual e o número de homens diminui 1,4%. Enquanto que, em 2018, a diferença entre mulheres e homens com empréstimos ativos era de 22%, em setembro de 2020 a diferença era de 20,15%.
EDm relação à poupança, a diferença entre o número de contas de mulheres em relação ao número de contas de homens é de 3%. Esse percentual diminuiu entre dezembro de 2018 e setembro de 2020, sitiando-se em 5%. Da mesma forma, a diferença entre o valor médio da poupança das mulheres em relação ao valor médio da poupança dos homens também diminuiu, entre 2018 e 2020, passando de 11% para 9%.
Um total de 55% da carteira de empréstimos das mulheres sofreu alterações nas condições de crédito ao longo de 2020, sendo que 52% do saldo da carteira masculina sofreu tais alterações. Para pessoas jurídicas, o percentual de saldos modificados representou 50%.
Dos 12.007.414 milhões de colones cujas condições de crédito foram modificadas, 37% desse valor corresponde ao saldo de homens, 27% ao saldo de mulheres e 36% ao saldo de pessoas jurídicas. Ao analisar as modificações segundo o número de operações, verifica-se que, do total de operações modificadas (1.512.021), 52% correspondem às de homens, 46% às de mulheres e 3% às de pessoas jurídicas.
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