O CAF reafirma sua aliança estratégica com o CLAD no Congresso Internacional sobre a Reforma do Estado e da Administração Pública

No âmbito do XXVII Congresso Internacional do CLAD sobre a Reforma do Estado e da Administração Pública, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, por meio de seu vice-presidente corporativo de Planejamento Estratégico, Christian Asinelli, reafirmou sua aliança estratégica com o Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD), com o qual coincide em seu 50º aniversário, e ressaltou a importância da coordenação entre organismos internacionais.

Asinelli inaugurou as apresentações no evento realizado em Sucre, capital do Estado Plurinacional da Bolívia, com o tema "O sucesso da gestão pública regional: um compromisso do CAF". A participação de 24 países da Ibero-América torna este encontro um dos principais cenários de reflexão e intercâmbio sobre as práticas institucionais da administração pública.

Este Congresso aborda questões relacionadas com a modernização dos sistemas de gestão do Estado, a soberania da política económica, o papel das empresas públicas, a inserção de novas tecnologias na administração pública, o fortalecimento do combate à corrupção, a melhoria das relações dos funcionários públicos, a inteligência artificial, a inovação e a aproximação dos cidadãos, entre outras, com o objetivo de analisar novas tendências tecnológicas que melhorem o serviço público e aproximem os cidadãos dos entes estatais.

Nesse âmbito, Cristian Asinelli, em seu discurso, destacou a importância que o CAF atribui à participação, à colaboração e à coordenação de esforços entre todos os níveis da sociedade, a fim de garantir estados e administrações públicas mais robustos.

"Acreditamos que esta é a primeira garantia para assegurar a governança pública e os princípios de transparência, participação cidadã e prestação de contas em governos nacionais e locais", disse Asinelli. Observou que a segunda garantia seria "o planejamento estratégico, a definição de prioridades e metas, além da coordenação de esforços", que fortalecem o Estado, envolvendo o setor privado e empoderando a sociedade civil dos países.

Depois de realizar sua apresentação, o vice-presidente do CAF concluiu que a construção da governança democrática é também a construção de uma sociedade menos desigual, e que fica claro que os cidadãos devem ser parte ativa da concepção, da formulação e do monitoramento de políticas públicas. Também ressaltou, entre outras conclusões, que a tecnologia não é suficiente para promover governos mais participativos e transparentes, e que a mobilização de recursos e a tomada de decisões em termos de políticas públicas modernas e eficazes serão centrais nos governos para garantir uma verdadeira transformação.

"De nossa parte, continuaremos a disponibilizar as fontes de financiamento, nosso conhecimento e a assistência técnica necessários para viabilizar novas oportunidades que beneficiem governos, famílias e empresas da América Latina e do Caribe", disse Asinelli.

A delegação do CAF também apresentou a diretora de Desenvolvimento Institucional e Treinamento, Nathalie Gerbasi, que expôs o tema "O impacto da formação como ferramenta fundamental para o desenvolvimento regional". Ela fez referência ao fortalecimento das capacidades do setor público na região como uma das questões consideradas prioritárias para o CAF, sempre atendendo às demandas e necessidades de cada um dos países membros. "A aposta é que a ferramenta de formação cresça, se fortaleça e se concretize diariamente em cada um dos países, para permitir a expansão de conhecimentos e competências. Essa ferramenta é considerada o motor fundamental para melhorar, avançar e perceber o impacto no desenvolvimento como objetivo primordial para a região", acrescentou.

"Ser capaz de gerar mais e melhores ferramentas de treinamento para otimizar as capacidades dos agentes de desenvolvimento que integram as instituições da América Latina e do Caribe é o objetivo fundamental e prioritário do CAF. É conhecendo a região e entendendo seus cidadãos e suas necessidades que o CAF pode fazer a diferença e enriquecer a região", disse Gerbasi.

Por sua vez, a economista-chefe do CAF, María Dolores de la Mata, em seu discurso referiu-se à "mobilidade intergeracional na América Latina", enfatizando as desigualdades herdadas de fatores como a questão econômica familiar, o gênero e as etnias para o acesso ao emprego de qualidade e a possibilidade de acumulação de bens. Sua apresentação contém elementos que fazem parte do Relatório de Economia e Desenvolvimento (EDR 2022), que será apresentado oficialmente pelo CAF nos primeiros dias de dezembro em Montevidéu.

Por fim, o presidente-executivo e líder de Telecomunicações e TICs do CAF, Eduardo Chomali, que também participou do evento, realizou uma apresentação sobre a transformação digital dos sistemas de compras públicas. "A oportunidade de criar valor público, não só a partir da otimização e da transparência no uso de recursos públicos, mas também da inovação, é onde a colaboração em ecossistemas govtech entre os setores público e privado adquire maior relevância para a inovação na resolução de problemas de natureza pública".

Além disso, Chomali referiu-se às oportunidades em matéria de transparência e integridade nas quais a transformação digital pode contribuir a partir de múltiplas variáveis.

O evento CLAD conta com a presença de países como Venezuela, México, Peru, República Dominicana, Chile, Bolívia, Argentina, Colômbia, Equador, Honduras, Guatemala, Panamá, Nicarágua, Costa Rica, Espanha, Uruguai, Brasil, Cuba, El Salvador, Paraguai, Portugal, Andorra, Angola e Guiné Equatorial como membro observador.