CAF integra Coalizão para a Ação Oceânica 2030
01 de março de 2023
Durante a Conferência Our Ocean, realizada no Panamá, o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) aderiu à Coalizão para a Ação Oceânica 2030, uma iniciativa que trabalha para que, até 2030, todos os Estados costeiros gerenciem suas áreas oceânicas traçando planos específicos de maneira sustentável. Essa nova aliança consolida a estratégia da instituição de ser o banco verde da América Latina e do Caribe.
A Coalizão para a Ação Oceânica 2030 é composta por instituições líderes que prestam assistência técnica e financeira para desenvolver e implementar Planos Oceânicos Sustentáveis. O objetivo é que, até 2030, todos os países costeiros tenham uma jurisprudência que garanta a preservação dos ecossistemas marinhos e estimule a economia azul.
De acordo com o guia encomendado pelo Ocean Panel "Gestão 100% sustentável dos oceanos: uma introdução a planos oceânicos sustentáveis", que serve de base para o trabalho da Coalizão, um plano oceânico deve possuir nove atributos para ser sustentável:
- Desenvolvido de forma coletiva, para que todos os interesses relevantes sejam ouvidos e abordados desde o início
- Integrador, realizado em coordenação entre agências governamentais e setores oceânicos
- Iterativo: trabalha no presente se preparando para as mudanças do futuro
- Localizado: abrange todas as áreas marinhas e costeiras dentro das águas nacionais
- Baseado em ecossistemas: reconhece interações dentro dos ecossistemas e com as pessoas
- Baseado no conhecimento: baseado na ciência e em conhecimento local e indígena
- Respaldo político do governo nacional no mais alto nível
- Financiamento suficiente a longo prazo
- Capacitação suficiente para garantir a implementação
"Nós, do CAF, estamos desenvolvendo uma agenda de ação de combate às mudanças climáticas e promovendo o desenvolvimento de uma economia azul na América Latina e no Caribe que contribua para melhorar as condições de vida dos milhões de latino-americanos que dependem do oceano. Nesse sentido, nossa adesão à Coalizão para a Ação Oceânica 2030 é fundamental para garantir que o trabalho de todos os atores que participam da economia azul seja guiado por critérios de sustentabilidade", explica Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF
Aposta do CAF na preservação dos oceanos
Nos próximos cinco anos, o CAF destinará US$ 25 bilhões para financiar projetos verdes na América Latina e no Caribe, e aumentará seu financiamento verde de 26% em 2020 para 40% em 2026. Além disso, todas as suas operações estarão alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris e do marco de biodiversidade pós-2020.
O montante destinado à preservação dos oceanos será de US$ 1,250 bilhão e contribuirá para a concepção e a implementação de projetos e programas que promovam a economia azul, com ênfase na restauração de ambientes marinhos e costeiros, no carbono azul, em energias marinhas renováveis, na pesca e na aquacultura sustentáveis, na gestão costeira integrada, em soluções baseadas na natureza, no pagamento por serviços ecossistêmicos, no ecoturismo e em uma melhor gestão de áreas marinhas protegidas, entre outros.
Um dos primeiros projetos a fazer parte do financiamento é o acordo para a proteção do Corredor Marinho do Pacífico Tropical Oriental (CMAR), uma região compartilhada por Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá que gera US$ 3 bilhões por ano, principalmente com a pesca, o turismo e o transporte marítimo. Graças a uma contribuição de US$ 1 milhão do CAF, serão implementadas estrategias conjuntas que terão a participação dos governos dos quatro países, da sociedade civil, de organizações de cooperação internacional e ONGs.
Os oceanos vêm enfrentando sérios problemas de sustentabilidade, causados e acelerados principalmente pelas mudanças climáticas, com águas cada vez mais ácidas e quentes, pelo aumento do nível do mar e pela superexploração das reservas marinhas. Na América Latina e no Caribe, os ecossistemas marinhos mostram uma redução na abundância, densidade e cobertura das reservas de corais e peixes e da fauna marinha, mudanças no plâncton e perda de ecossistemas de zonas úmidas.
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