Dia Internacional da Mulher: CAF realiza uma série de atividades no Chile
08 de março de 2023
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) realizou uma série de atividades no Chile, como a conferência de alto nível "Políticas públicas e cooperação para a igualdade de gênero", juntamente com a ex-presidenta do país, Michelle Bachelet, e organizou o primeiro Encontro Regional de Prefeitas Latino-Americanas com o apoio da CEPAL
As duas reuniões fazem parte da agenda de atividades da 177ª reunião do Conselho de Administração do CAF, realizada entre os dias 6 e 9 de março, no Chile, após a reincorporação do país como membro pleno da organização multilateral.
O primeiro Encontro Regional de Prefeitas Latino-Americanas contou com a participação de 14 prefeitas de nove países, que refletiram durante três dias sobre a participação política, as conquistas e os desafios das mulheres nas áreas da gestão pública regional. Além disso, as líderes compartilharam experiências sobre intervenções bem-sucedidas que foram implementadas em âmbito local, em cada caso.
As prefeitas debateram sobre questões centrais sobre a participação política das mulheres, como exercício político e partidário, poder, autonomia, violência, e propuseram estratégias para superar essas barreiras. Também compartilharam ideias, experiências, lições aprendidas e melhores práticas de políticas públicas locais voltadas a questões de gênero e alto impacto na vida dos cidadãos.
"Estou convencido de que não pode haver desenvolvimento humano ou sustentável se as demandas, os desejos e as necessidades de metade da população forem ignoradas. A política é um elemento chave na transformação de nossas sociedades, mas a desigualdade política é a maior de todas as disparidades de gênero", analisou o vice-presidente corporativo de Programação Estratégica do CAF, Christian Asinelli.
Também observou: "Nossa tarefa, no CAF, é continuar acompanhando as mulheres para garantir que a exceção se torne a regra e que cada vez mais mulheres tenham acesso a esses espaços hierárquicos, tanto na esfera pública quanto na esfera privada. Graças a vocês, uma nova geração de mulheres terá, no futuro, o caminho pavimentado e condições muito mais justas e igualitárias".
A estratégia do CAF nessa área inclui uma série de diretrizes focadas em alcançar a autonomia econômica, a autonomia física e a autonomia das mulheres para tomarem decisões.
Como parte do plano, a instituição está trabalhando em quatro ações prioritárias, que se baseiam em acompanhar a implementação de políticas de gênero e fortalecer as capacidades estatais dos países, bem como integrar a perspectiva em operações e áreas de atuação externas.
Também inclui estabelecer alianças e espaços de diálogo para responder aos desafios de gênero na região e implementar práticas comunicativas livres de sexismo e que socializem o progresso nessa área.
Por outro lado, a agenda renovada do CAF promove a igualdade de gênero e o fortalecimento dos governos subnacionais por meio de uma série de programas de formação, como oficinas e intercâmbios de práticas, bem como cursos e diplomas virtuais ou híbridos.
O foco dessa agenda é abordar os principais desafios governamentais de formação de suas equipes técnicas, principalmente nas áreas de descentralização, mudanças climáticas, gênero, diversidade e inclusão, modernização do Estado, cidades inteligentes, desenvolvimento urbano, ODS 2030, inclusão e educação financeira e infraestrutura, entre outras.
A diretora de Desenvolvimento Institucional e Capacitação do CAF, Nathalie Gerbasi, ressaltou que "a qualidade institucional dos países é fundamental para efetivar a prestação de serviços aos cidadãos e implementar adequadamente políticas públicas e o desenvolvimento sustentável. É por essa razão que o CAF vem trabalhando para fortalecer o setor público com o objetivo de aumentar a capacidade de gestão, ajudar os países a melhorar sua governança, aumentar a qualidade e a quantidade de projetos de desenvolvimento em seu escopo de ação e fortalecer governos locais, tanto na intervenção setorial quanto na local".
A divisão sexual do trabalho é um dos principais obstáculos para uma maior presença e participação das mulheres na sociedade. Por exemplo, a proporção de mulheres que ocupam cadeiras nos parlamentos nacionais, na América Latina e no Caribe, é de 33,6%, enquanto apenas 28,5% estão à frente de pastas ministeriais.
Enquanto isso, as juízas ou magistradas que atuam na esfera máxima da justiça ou na suprema corte representam 32,1%; a proporção de cargos de gestão ocupados por mulheres é de 36%; e 15,4 dos municípios têm uma mulher no comando.
Nesse quesito, a gerente de Gênero, Inclusão e Diversidade do CAF, Ana María Baiardi, explicou que "no ritmo atual, no âmbito global, serão necessários mais de 130 anos para alcançarmos uma governança inclusiva (paridade nos cargos de representação pública).
"Precisamos fazer mudanças urgentes para reverter essa situação. Caso contrário, as novas gerações não poderão viver em condições de igualdade e paridade de gênero. Contribuir para a igualdade de oportunidades em todos os níveis, garantir o acesso aos mesmos postos de trabalho e acabar com as disparidades salariais e as diferenças na distribuição de tarefas é urgente", acrescentou.
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