Presidente do Chile lidera cerimônia de reincorporação do Chile ao CAF

O presidente da República chilena, Gabriel Boric Font, esteve esta tarde na Casa Central da Universidade do Chile para participar da cerimônia de reincorporação do Chile à Corporação Andina de Desenvolvimento (CAF), hoje conhecida como Banco de Desenvolvimento da América Latina.

O evento contou com a presença de diversas autoridades do Executivo do país, como o ministro das Finanças, Mario Marcel, e a ministra das Relações Exteriores, Antonia Urrejola, bem como o presidente-executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, e o ex-presidente da Colômbia e Prêmio Nobel da Paz, Juan Manuel Santos.

Durante seu discurso, o mandatário chileno afirmou que “a integração latino-americana não é apenas um discurso, é um trabalho sério, persistente ao longo do tempo. Estou feliz e orgulhoso de que o Chile, nesta dimensão, na dimensão do CAF, esteja voltando, como disse Juan Manuel Santos, para casa”.

"Hoje, celebramos mais um passo na integração da #LatAm e do #Caribe . Unamo-nos sempre pelo que vale a pena”, @juanmansantos, na cerimônia de reincoporação do 🇨🇱 como membro pleno do @AgendaCAF. https://t.co/lKe7KGMRrO pic.twitter.com/laHI0Yvxxt

— CAF (@AgendaCAF) 6 de março de 2023

“Não são só palavras. Trata-se de assumir as responsabilidades, com a ajuda de instituições como o CAF. Por isso, sempre volto à questão de que, na medida em que essa integração surta efeito, poderemos também melhorar nossas próprias condições de vida”, acrescentou o presidente Boric.

"O Chile é sinônimo de instituições fortes, democracia vibrante, experiência e prestígio. Admiramos suas conquistas, compartilhamos seus valores e queremos continuar a impulsionar sua visão de mundo. O CAF trabalha com o setor soberano e o setor privado. Isso destaca o papel da instituição como uma implementadora da agenda. Quando falamos em construir pontes, estamos falando de diálogo e agendas comuns, mas também de uma mobilização efetiva de recursos para promover o progresso dos chilenos e latino-americanos”, destacou em sua exposição Sergio Díaz-Granados, presidente-executivo do CAF.

Ao tornar-se membro pleno, o Chile poderá participar ativamente das decisões da instituição; terá seu acesso ampliado a produtos de financiamento tanto na forma de crédito quanto de cooperação técnica, bem como a fundos de outros doadores geridos pelo CAF; e contará com ferramentas de conhecimento para fortalecer seus setores público e privado.

Sobre a relação do Chile com o CAF

O Chile foi um dos seis países fundadores da Corporação Andina de Fomento (CAF). No entanto, em 1977, se desvinculou da instituição, para se tornar membro associado em 1992. Hoje, volta a integrar-se como membro de pleno direito, o que permitirá acesso a diferentes linhas de financiamento e ter voz e voto nas decisões da organização, por meio da participação do ministro das Finanças, Mário Marcel.

Por outro lado, o CAF é uma organização financeira multilateral que iniciou suas operações em 1970 e que, de acordo com seu mandato constitutivo, responde ao propósito de apoiar o desenvolvimento sustentável e a integração regional na América Latina e no Caribe. Utiliza operações de financiamento, recursos não reembolsáveis para assistência técnica e apoio à estrutura técnica e financeira de projetos dos setores público e privado. Para isso, administra, em média, mais de USD 14 bilhões anuais na região, sendo sua carteira de financiamento, até o momento, superior a USD 32 bilhões, com perspectivas de dobrar até 2030.

Desde sua fundação, em 1968, sua missão é promover o desenvolvimento sustentável e a integração regional, por meio do financiamento de projetos nos setores público e privado, prestação de cooperação técnica e outros serviços especializados.

Atualmente, é formado por 21 países (19 da América Latina e Caribe, juntamente com Espanha e Portugal) e 13 bancos privados, e é uma das principais fontes de financiamento multilateral e um importante gerador de conhecimento para o região.

O CAF aposta em aprofundar o relacionamento com o Chile para seguir promovendo a transição energética com a geração de eletricidade por meio de fontes renováveis; a eletromobilidade em diversas cidades e regiões do país; e disponibilizar apoio técnico e financeiro ao país para o Plano Lacuna Digital Zero 2022-2025, entre outras iniciativas.