Escolas que transformam vidas no Panamá
26 de setembro de 2023
As histórias e esperanças de mais de 10 mil crianças e adolescentes estão por trás de uma operação financeira de USD 100 milhões para a construção, reforma e equipagem de oito centros educacionais no Panamá. Visibilizar e capacitar os beneficiários. Esse é o impacto de ambientes aprimorados para o processo de ensino-aprendizagem e a mobilidade do capital humano.
Gritos de emoção! As crianças esperam sua vez em um espaço pequeno para pular corda. É de manhã, o dia parece nublado, mas, no horizonte, o sol está aparecendo com seus raios fracos que prenunciam um tempo melhor. A poucos metros de distância, um novo e moderno ginásio multiuso os aguarda. O frenesi da educação física é interrompido pelo sino que anuncia a mudança de turmas no Centro Educativo José Encarnación Escala. Lá, tudo mudou!
Esse processo de transformação é descrito por Maria Fernandez, aluna do nono ano: "Estamos muito felizes, porque é a primeira vez que receberemos um projeto tão bonito. Sinto muito orgulho da José Encarnación Escala, porque não vai mais ser uma escola, mas um colégio". E confessa: "O que mais me entusiasma é o gramado sintético, que é muito bonito, e o ginásio. O esporte é muito importante para nós aqui, porque beneficia nosso corpo.
O megaprojeto fica imponente no coração de Santa Rita, uma vila semirrural no distrito de La Chorrera, quebrando o paradigma das estruturas educacionais clássicas: uma aposta do Ministério da Educação (Meduca) e seu aliado estratégico, o CAF -banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe, que reforça com ações pontuais o que está descrito em seu Relatório de Economia e Desenvolvimento: Desigualdades herdadas: "As políticas para ampliar a mobilidade do capital humano incluem: 1) alívio das restrições que limitam os investimentos domésticos em crianças e adolescentes; 2) melhorias na oferta (cobertura, qualidade e relevância) de educação básica, técnico-profissional e superior; e 3) atenção ao habitat e à acessibilidade a instalações essenciais para o desenvolvimento de crianças e jovens nos bairros mais segregados e desfavorecidos".
Equipamentos, conectividade e cobertura
María Gabriela Pérez, aluna da décima série, também ressalta a importância da mobilidade do capital humano sobre a qual o CAF alerta e à qual o Panamá aspira. Expressa que "o que mais entusiasmou foi a biblioteca, que é de grande ajuda para os alunos que não têm telefones celulares ou dispositivos para pesquisar o dever de casa, exercícios etx. Também tenho dificuldade para pesquisar tarefas. Eu não tenho de onde fazer isso, então, a biblioteca foi o que mais me deixa animada".
A infraestrutura também inclui laboratórios, o componente que mais inspira Jean Carlos Villarreal: "porque é uma maneira prática de aprender e teremos uma melhor compreensão das aulas de física, química e biologia".
Por outro lado, "os alunos que moram longe terão o internato, um dos mais bem reformados do Panamá, com seus quartos, banheiros, cabines e refeitório", conta a diretora do centro, Dalys Solís, que estima o impacto do projeto em termos de cobertura educacional: "Temos uma população de 1.084 alunos, mas, para o próximo ano, estamos pensando em 1.500".
Uma pequena amostra da operação
Após uma missão de acompanhamento in loco, Jesús Istúriz, diretor-presidente da Gerência de Desenvolvimento Social e Humano (GDSyH) do CAF, explicou que conheceu um pouco de três centros educacionais (de um total de 8) que fazem parte do Programa de Expansão e Modernização da Infraestrutura Educacional (PAMIE) do Meduca: Centro Educativo José Encarnación Escala, Centro Educativo Altos de San Francisco e Colegio Moisés Castillo Ocaña, todos os três localizados no distrito de La Chorrera, à frente da província do Panamá Oeste.
"Estamos satisfeitos em ver que essas escolas, com suas novas instalações, contribuirão para a qualidade e a rede de edução no Panamá", comentou Istúriz, enfatizando "a importância das instalações que oferecem, que muitas escolas não tinham anteriormente". Contam com quadras esportivas totalmente equipadas, ginásios cobertos, refeitórios, laboratórios, enfermarias; acreditamos que isso é algo que rompe com os esquemas tradicionais e que é para onde a educação deve ser direcionada". O progresso médio geral do programa é de 85%, quatro centros estão concluídos/operacionais e três estão mais de 90% concluídos", acrescentou.
Após a pandemia e o extenso período de fechamento de escolas no Panamá, Keneth Marigmón, estudante da décima série do Centro Educativo Altos de San Francisco, se "emociona em poder estar em sala de aula todos os dias nessa nova infraestrutura para aprender melhor as matérias de forma prática".Marigmón enfatiza as "adaptações para os alunos do ensino médio, especialmente na área de ciências, com seus próprios laboratórios, o que me deixa muito feliz por poder trabalhar nele e aprender muito sobre o funcionamento dos organismos".
Inclusão e um tudo-em-um
Na mesma escola, Noemí Barber é aluna da sétima série e ficou impressionada com as novas salas de aula "por conta do tamanho, dos móveis e dos equipamentos". A acessibilidade é delimitada por rampas, que "são adaptadas para que nossos alunos com qualquer tipo de deficiência possam acessar as salas de aula", explica o diretor Víctor Raúl Casazola.
Casazola estima que “com as ampliações da escola por meio desse projeto, teremos instalações para as crianças, como oficinas de informática, laboratórios de ciências naturais, biologia, física, química, uma biblioteca, uma grande sala de aula para professores, um escritório psicopedagógico, uma área de odontologia e uma grande área administrativa que faltava à escola. Essa é uma grande oportunidade para essa comunidade e para nossos jovens que ingressam na pré-escola, de continuar em uma única escola até o fim de sua jornada pré-universitária".
A professora Erika de Méndez, referindo-se ao impacto dos novos e maiores espaços no processo de ensino-aprendizagem, diz: "vamos poder proporcionar um melhor aprendizado, mobilizar-nos em um local onde teremos uma sala de aula específica para cada série.
Combinação-chave: comércio, música e turismo
O raio de ação para o impacto da nova infraestrutura educacional, que o CAF está promovendo em toda a região, também atinge a emblemática Escola Moisés Castillo Ocaña (MCO), reconhecida por seus sucessos musicais nos níveis nacional e internacional. Além de todos os ajustes semelhantes aos feitos nos outros centros, na MCO, a reforma inclui "um espaço construída com a acústica necessária para ser a sala da banda Moisés Castillo Ocaña, em que os músicos podem manter os instrumentos e praticar", explicou Eduardo Villarreal, Diretor Nacional de Projetos da Meduca.
Villarreal também descreve outros benefícios da reforma da MCO: "áreas poliesportivas, pois temos um campo de futebol sintético, uma quadra coberta de basquete e vôlei, um ginásio superamplo com todas as condições que essa escola merece e uma praça cívica que também pode ser usada como área esportiva".
Moises Perez, aluno da 11ª série na MCO, está impressionado com "o mini-hotel que nos será dado para a Escola Técnica em Turismo". Acho que é excelente para os estudantes de Turismo praticarem e adquirirem conhecimento sobre hotéis". E aproveita a oportunidade para "agradecer ao CAF e à Meduca por terem feito as inspeções" da obra, que está 60% concluída, de acordo com o relatório apresentado por Lim González, gerente do projeto. González estima que, durante a semana de férias intermediária entre o segundo e o terceiro trimestre, haverá progresso nas áreas que são regularmente ocupadas pela comunidade educacional.
Esses testemunhos demonstram impacto inclusivo e no bem-estar social da ação do CAF no setor de educação no Panamá há vários anos, com intervenções de conhecimento e financiamento em infraestrutura escolar, treinamento de professores, apoio à educação universitária, treinamento técnico superior, habilidades de trabalho, ensino para uma cultura de empreendedorismo.
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