3 soluções latino-americanas contra as mudanças climáticas
15 de novembro de 2023
As mudanças climáticas afetarão fortemente os países em desenvolvimento, que são mais vulneráveis e sofrem mais com fenômenos extremos em suas infraestruturas, florestas, costas e agricultura. Diante disso, é vital acelerar as medidas de adaptação e de gestão de riscos de desastres. A América Latina e o Caribe têm alguns casos de sucesso nessa área que podem se tornar referências globais.
A América Latina e as Caraíbas são uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas. Estas vulnerabilidades materializaram-se em catástrofes relacionadas com o clima ou desencadeadas pelo clima, como furacões, inundações, incêndios florestais, deslizamentos de terras e secas, que causaram perdas e danos às comunidades, infra-estruturas, biodiversidade e sistemas produtivos.
Por essas razões, a adaptação às mudanças climáticas é crucial para garantir o desenvolvimento sustentável e inclusivo, a redução da pobreza, a produção agrícola e pesqueira, a segurança hídrica e, em última análise, a vida como a conhecemos. Além disso, estima-se que, na ausência de medidas de adaptação adequadas, entre 2,4 e 5,8 milhões de pessoas poderiam cair na pobreza extrema até 2030.
Dentre as medidas de adaptação mais conhecidas estão a construção de infraestruturas mais seguras, sustentáveis e resilientes, a conservação e restauração de florestas e ecossistemas naturais, a aplicação de soluções baseadas na natureza, a gestão de riscos de desastres naturais e a diversificação de culturas.
Nos últimos anos, a região avançou em medidas de adaptação com bons resultados, que podem ser replicados globalmente. Aqui estão três delas:
-Conservação e restauração de áreas úmidas e barreiras de mangue. Os manguezais são ecossistemas chave para o desenvolvimento socioeconômico da população costeira da América Latina e do Caribe e têm um valor ambiental inestimável. Eles atuam como barreiras naturais contra a erosão costeira, são grandes reservatórios de carbono e abrigam uma variedade de espécies de vida selvagem em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Exemplos desta iniciativa podem ser encontrados na Península de Yucatán, no México, em Guayaquil e em Trinidad e Tobago.
-Construção de albarradas. São técnicas ancestrais de construções hidráulicas de terra de diferentes tamanhos, com muros formados por cabeceiras e braços, sustentados pela vegetação plantada pelas comunidades locais. Eles são preenchidos lentamente com água da chuva ou água de pequenos cursos. As albarradas favorecem a infiltração, visando principalmente recarregar os aquíferos, aproveitando as poucas chuvas em áreas secas. Um exemplo desta iniciativa pode ser encontrado em Mocahe, Equador.
- Semeadura e colheita de água. É o processo de coleta (semeadura) de água da chuva no subsolo para recuperá-la mais tarde (colheita). Isso é feito através da construção de trincheiras de infiltração, qochas, conservação e recuperação de pastagens, e reflorestamento. Esta prática tem sustentado a atividade agrícola em áreas com escassez de água ou afetadas pelas mudanças climáticas. Devido à sua eficácia, a semeadura e colheita de água foram replicadas em outros países e são objeto de vários estudos. Exemplos desta abordagem podem ser encontrados no Lago Tota (Colômbia) e Cochabamba (Bolívia).
CAF na COP28
O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe - apresentará na COP28 em Dubai um pavilhão inédito dedicado aos desafios e oportunidades que as mudanças climáticas apresentam para a região, para promover seus interesses climáticos e negociações globais. Sob o lema 'Somos Solução', o Pavilhão apresentará a América Latina e o Caribe como uma região de soluções globais para enfrentar as mudanças climáticas e garantir a sustentabilidade do planeta.
Este espaço exclusivo amplificará a voz dos países da região, apresentando experiências concretas relacionadas a ecossistemas estratégicos, transição energética, energias renováveis e produção agroalimentar sustentável.
O Pavilhão LAC na COP28, desenhado, gerido e financiado pelo CAF, será um centro de encontro, debate e análise sobre as questões mais prementes da ação climática na região, disponível para delegações latino-americanas e caribenhas, mídia, ONGs, líderes comunitários, comunidades indígenas, povos afrodescendentes e sociedade civil. Confira o especial LAC na COP28.
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