Os mercados de carbono na América Latina e no Caribe precisam de mais integridade

06 de dezembro de 2023

A América Latina e o Caribe são ricos em recursos naturais, possuem enormes sumidouros de carbono e possuem um enorme potencial para soluções baseadas na natureza e nas tecnologias. Isto representa um valor acrescentado para liderar os mercados de carbono, mas primeiro são necessários novos regulamentos para garantir a integridade, transparência e eficiência na medição da captura de carbono.

 

Os mercados de carbono precisam de mais integridade

Os mercados de carbono na América Latina precisam de mais integridade. Estas são as principais conclusões de um estudo realizado pelo CAF -banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe-, o Conselho de Integridade para o Mercado Voluntário de Carbono (IC-VCM), a Iniciativa Voluntária de Integridade dos Mercados de Carbono (VCMI) e o Instituto de Finanças Internacionais (IIF), que propõe recomendações para a criação de Mercados Voluntários de Carbono (MVC) com elevados critérios de integridade.

O documento, apresentado na COP28, está estruturado em três partes, abrangendo a evolução e o estado dos mercados de carbono na América Latina e no Caribe; oportunidades para construir integridade; e recomendações para os governos desenvolverem MVCs de alta integridade. De acordo com o relatório, o actual panorama do mercado de carbono na região inclui abordagens voluntárias e de conformidade, e é a segunda maior fonte de reduções de emissões de gases com efeito de estufa no mundo, gerando aproximadamente 20% de todos os créditos de carbono em 2020 e 2021.

“A expansão dos Mercados Voluntários de Carbono e outros Ativos Ambientais requer um esforço interinstitucional e coordenado entre reguladores e participantes do mercado, e será essencial unir as esferas ambiental, econômica e financeira. Só assim conseguiremos mercados de carbono justos, eficientes e que cumpram a sua função principal: contribuir para um mundo com zero emissões e preservar ecossistemas estratégicos para a estabilidade ambiental”, afirmou Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF. .

De acordo com o estudo, o trabalho dos governos é essencial para construir um quadro institucional sólido, definindo papéis, conhecimentos e autoridade das instituições nacionais, aplicando regulamentos padronizados para créditos de carbono e garantindo que a regulamentação nacional seja consistente com a evolução e implementação da implementação do Acordo de Paris.

Por outro lado, o documento indica que a integridade é essencial para gerar confiança nos MVCs. As empresas privadas são as principais usuárias dos créditos de carbono negociados nesses mercados e, portanto, são as principais responsáveis ​​por garantir a sua integridade.

O CAF, como banco verde na América Latina e no Caribe, está empenhado em colaborar com todos os países da região e com atores relevantes nos Mercados Voluntários de Carbono para preencher as lacunas existentes e criar condições para mobilizar recursos em projetos que contribuam para o cumprimento das obrigações. metas de mitigação, adaptação e restauração estabelecidas nas NDCs.