América Latina e o Caribe propõem soluções para ganhar relevância global
01 de fevereiro de 2024
Ambas as instituições estão aprimorando suas capacidades conjuntas para promover a redução da pobreza multidimensional, a igualdade de gênero e a sustentabilidade ambiental por meio de uma governança eficaz na região.
A Conferência Anual da CAF reuniu no Panamá destacados especialistas internacionais, incluindo uma ganhadora do Prêmio Nobel de Economia, a diretora do FMI e altos representantes do Banco Mundial, PNUD, setor privado e academia, para visualizar, entender e traçar planos de ação que acelerem a Agenda 2030 e posicionem globalmente as soluções da América Latina e do Caribe em áreas como mudança climática, digitalização, fluxos migratórios ou segurança alimentar.
A América Latina e o Caribe precisam de parcerias para reduzir as lacunas históricas em educação, pobreza, integração, saúde e equidade, e para ter um impacto mais decisivo em grandes tendências globais como ação climática, Inteligência Artificial, transição energética ou crises migratórias e alimentares. Estas são as principais conclusões do destacado grupo de especialistas internacionais reunidos na Conferência da CAF: América Latina e o Caribe, uma região de soluções, que propôs medidas para avançar na Agenda 2030 e consolidar uma nova voz global.
A conferência contou com palestras de Esther Duflo, prêmio Nobel de Economia em 2019, Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, Janaina Tewaney, Ministra das Relações Exteriores do Panamá, Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, e teve a presença de destacados especialistas globais como Michelle Muschett, subsecretária-geral das Nações Unidas, Amir Lebdioui, professor de Economia da Universidade de Oxford, Alberto Arciniega, presidente da Microsoft América Latina, Julio Castiglioni, presidente do Metrô de São Paulo, Denise Guillén Zúñiga, Ministra do Turismo do Panamá, ou Sergio Londoño, vice-presidente Sênior de Assuntos Públicos, Comunicação e Sustentabilidade para a Coca-Cola América Latina.
"A América Latina e o Caribe precisam levantar a voz para não cair na irrelevância. Precisamos de novas alianças para integrar melhor a infraestrutura e acelerar os fluxos comerciais, para nos adaptarmos às mudanças climáticas e fechar as lacunas de inequidade de uma região que continua sendo uma das mais desiguais do planeta. Para alcançar isso, a América Latina conta com o CAF, cuja missão continua sendo resolver os problemas estruturais da região", disse Sergio Díaz-Granados, presidente executivo do CAF.
A laureada com o Nobel Esther Duflo apresentou suas perspectivas sobre a situação econômica global e o papel que os países da região desempenham nela, analisando o impacto e a necessidade de realizar ensaios controlados randomizados para reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida da população. Referindo-se ao papel dos bancos de desenvolvimento, também destacou a importância de escolher programas adequados para amplificar os resultados e o impacto.
"Juntos, podemos ajudar a região a enfrentar seus desafios e adquirir a força que precisa neste mundo propenso a choques", disse Gueorguieva, do FMI, que valorizou a colaboração entre o FMI e o CAF no apoio aos países com necessidades financeiras urgentes e garantindo a estabilidade financeira da América Latina e do Caribe.
Tewaney, do Panamá, destacou que “somos e continuaremos sendo uma das regiões mais abundantes e ricas do mundo sob praticamente todos os pontos de vista. Para aproveitar ao máximo nossa riqueza, obviamente precisaremos atrair capital, e isso só acontecerá se conseguirmos avançar em direção a uma governança eficaz.
Segundo Jaramillo, do Banco Mundial, "temos que ajudar a elevar essa voz para que os países possam capitalizar o enorme potencial que temos. As decisões tomadas hoje vão definir o rumo do desenvolvimento futuro." Durante sua apresentação, Jaramillo propôs fortalecer laços em todos os níveis para ajudar a região a enfrentar os desafios futuros com mais garantias.
Nos painéis da conferência, discutiram-se temas chave para o futuro da região, como as novas agendas de desenvolvimento dos países, o posicionamento geopolítico da região em um ambiente em mudança, as preocupantes perspectivas econômicas para os próximos anos, a biodiversidade como ponte para a inovação, a igualdade de gênero, o desdobramento da Inteligência Artificial, a necessidade de um setor privado mais robusto, o potencial energético ou os desafios para alcançar uma integração regional eficiente.
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