CAF e CIM avançam no design de um modelo para inclusão financeira das mulheres

26 de abril de 2024

No último 18 de abril, o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe - e a Comissão Interamericana de Mulheres (CIM/OEA) coorganizaram uma mesa-redonda para aprofundar o debate e a análise interamericana sobre os direitos econômicos e inclusão financeira das mulheres.

CAF e CIM desenvolvem modelo para inclusão financeira feminina

Durante a abertura, o vice-presidente de Programação Estratégica do CAF, Christian Asinelli, indicou que "queremos iluminar as lições aprendidas com as organizações multilaterais para estabelecer as bases para o desenvolvimento de uma lei modelo para a inclusão financeira das mulheres, e continuar comprometendo-nos com uma maior igualdade e com ecossistemas financeiros que sejam cada vez mais inclusivos e justos." Por sua vez, a secretária executiva da CIM, Alejandra Mora Mora, destacou a importância de avançar para mudanças regulatórias, que implicam um salto qualitativo para a consolidação dos direitos das mulheres, bem como as mudanças culturais necessárias para o avanço da igualdade substancial entre homens e mulheres. Ana Baiardi, gerente de Gênero, Inclusão e Diversidade do CAF, assinalou que “as leis são aperfeiçoáveis, mas o importante é iniciar o processo. Esta lei modelo de inclusão financeira é um ponto de partida e deve ser inovadora, desafiadora e auspiciosa.

A reunião contou com uma apresentação de Sabina Alkire, especialista de Oxford em pobreza multidimensional, focada no impacto da pobreza multidimensional nas mulheres e na importância de usar o Índice de Pobreza Multidimensional para desenhar políticas públicas direcionadas e coordenar intervenções multissetoriais e em vários níveis de governo. Adicionalmente, a especialista da CAF, Diana Mejía, apresentou os principais achados da CAF sobre a inclusão financeira das mulheres e as lacunas de gênero que persistem nas diferentes dimensões da inclusão financeira: acesso, uso, qualidade e bem-estar financeiro.

Posteriormente, a mesa técnica trabalhou em três eixos principais para o diálogo: 1) o objetivo que se busca alcançar com uma maior inclusão financeira: natureza e alcance de uma lei modelo interamericana de inclusão financeira; 2) conteúdos e mecanismos de promoção de uma lei modelo desse tipo; e 3) condições facilitadoras para a adaptação de uma lei modelo a contextos nacionais.

A mesa técnica contou com especialistas da Comissão para o Mercado Financeiro do Chile, da Superintendência de Economia Popular e Solidária do Equador, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Corporação Financeira Internacional (IFC), Pro Mujer, Instituto de Finanças Internacionais, Centro para Inclusão Financeira e Aliança para Inclusão Financeira.

A CIM e a CAF continuarão avançando nos próximos meses nas pesquisas, diálogos e processo de redação de uma lei modelo interamericana de inclusão financeira das mulheres, que será disponibilizada aos Estados da região para propor mudanças legislativas e regulamentares que busquem fechar as lacunas de gênero nas diferentes dimensões da inclusão financeira.