CAF e Preta Hub juntos para conhecerem o empreendedorismo negro
20 de maio de 2024
Dada a escassez de dados sobre a participação de negócios empreendidos por pessoas negras, especialmente mulheres, nos países da região, as duas instituições se associaram para realizar um estudo inédito na América Latina, que abrange um total de 2.000 empresários brasileiros, argentinos, colombianos, peruanos e panamenhos.
No dia 3 de maio, o CAF e a ONG PretaHub assinaram um acordo de cooperação técnica com o Instituto Feira Preta, presidido por Adriana Barbosa. A cooperação foi oficializada em São Paulo, durante a abertura da edição 2024 da Feira Preta, com a participação de Estefanía Laterza, representante do CAF no Brasil, e Eddi Marcelin, executivo sênior de Gestão de Gênero, Inclusão e Diversidade da Vice-Presidência Programação Estratégica Corporativa do CAF.
Na ocasião, foi realizado o painel "A Força do Empreendedorismo Negro na América Latina", uma discussão conjunta com Adriana Barbosa; Epsy Campbell Barr, economista e primeira mulher afrodescendente a assumir a Vice-presidência da Costa Rica; Chelsea Jackson, representante da Fundação Schwab; e Daniel Manjarrés, da PretaHub, juntamente com Estefanía Laterza e Eddi Marcelin.
Perfil dos empreendedores
Dada a escassez de dados sobre a participação de negócios empreendidos por pessoas negras, especialmente mulheres, nos países da região, o CAF se associou ao Instituto Feira Preta para realizar um estudo inédito na América Latina, que abrange um total de 2.000 empresários brasileiros, argentinos, colombianos, peruanos e panamenhos.
Para Estefanía Laterza, traçar o perfil dos empreendedores negros na América Latina será um passo muito importante para ampliar a participação dos investimentos nesses negócios. "Para entender melhor o fenômeno do empreendedorismo afrodescendente, precisamos de dados", afirmou a representante.
Aspectos importantes
"Este estudo ajudará a compreender o ecossistema sobre o qual se desenvolveu o empreendedorismo das populações negras na América Latina", explica Eddi Marcelin.
Segundo o executivo, a iniciativa possui vários aspectos importantes: "O primeiro é que ajudará a compreender quais são os desafios que cercam os empreendedores dessas populações na América Latina e também quais são as oportunidades". Compreendendo esse contexto, Marcelin considera que o CAF poderia, posteriormente, ajudar os governos a promover ações para avançar e apoiar programas e projetos voltados para essas populações.
Outro aspecto importante do estudo, na opinião do executivo, é que este é um exercício que também busca compreender como o conhecimento tradicional dessas populações é valorizado para gerar renda e, com isso, ajudar na mobilidade social e econômica. "Durante muitos anos, todas as questões relacionadas ao empreendedorismo dessas populações têm servido para avançar na busca de oportunidades através da preservação da identidade e geração de renda", conclui Marcelin.
Além disso, o executivo considera que, iniciando o eixo de parcerias com identidade na estratégia de diversidade do CAF, este estudo pode ajudar a impulsionar parcerias e associações com o setor privado dos países, além dos programas desenvolvidos com os governos. Marcelin destaca que essas parcerias com o setor privado já estão ocorrendo no Brasil e que esse modelo agora deve ser levado a outros países da região.
A PretaHub
Segundo Adriana Barbosa, a atuação da PretaHub no fomento ao empreendedorismo negro é uma referência no Brasil e os resultados deste trabalho têm aberto portas e oportunidades para a difusão desta experiência a nível internacional. "Com isso, avançamos em intercâmbios com diferentes países da América Latina e África", afirmou a diretora-executiva da ONG.
"O acordo de cooperação técnica com o CAF, que contempla estes intercâmbios e também a realização de uma pesquisa sobre empreendedorismo negro neste território, é fundamental para dotar de ferramentas e qualificar a atuação da PretaHub em sinergia com instituições similares nos países, o que sem dúvida fortalecerá de maneira inédita o empreendedorismo no bloco e, claro, a qualidade de vida dos empreendedores", destacou Adriana.
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