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O Vice-Presidente Corporativo de Programação Estratégica da CAF participou de uma jornada de diálogo sobre os desafios políticos, ambientais e econômicos para os jovens ibero-americanos, organizada na Casa de América em parceria com a OIJ.
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CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe participou hoje da jornada intitulada “Governança e Inovação Pública: Desafios e Oportunidades para a Nova Agenda da Juventude”, realizada na Casa de América em colaboração com a CAF e o Organismo Internacional de Juventude para a Ibero-América (OIJ). A jornada estabeleceu um diálogo em torno dos principais problemas e desafios para a juventude ibero-americana no atual contexto de desafeição em relação às instituições políticas, bem como a incerteza desenhada pela sobreposição de várias crises sociais, econômicas e ambientais. Nesse sentido, os diferentes palestrantes apresentaram suas propostas para promover a inclusão dos jovens nas políticas de juventude, a solidariedade intergeracional e o fortalecimento dos sistemas democráticos na esfera ibero-americana.
O evento começou com as boas-vindas de Luis Prados, diretor da Casa de América, que destacou os grandes desafios que afetam a região ibero-americana e suas relações com a Europa, particularmente para a juventude, nas áreas de transição digital, ambiental e social. Ele enfatizou o papel da Casa de América como um ponto de encontro e diálogo.
Em seguida, o diálogo começou com a intervenção de Max Trejo Cervantes, secretário-geral da OIJ, que agradeceu à CAF pelo seu apoio na elaboração da Nova Agenda da Juventude (NAJ) e focou na desafeição dos jovens em relação à governança e às instituições. "Os jovens acreditam na política, mas não nos políticos", argumentou, ressaltando a necessidade de atender a essa percepção dos jovens utilizando uma linguagem digital, melhorando a eficiência das administrações e apostando no consenso político em vez da polarização.
Margarita Guerrero Calderón, diretora-geral do INJUVE, assumiu para falar sobre esta "crise de representação" que afeta não apenas a América Latina, mas também o resto do mundo. "Horizontes de certeza foram quebrados sem novos horizontes sólidos, marcando um tempo difuso onde se luta pela instalação de novos sentidos comuns", explicou, observando que os jovens continuam a mostrar envolvimento em causas sociais e políticas. "O que está em crise são os canais tradicionais de participação, pois os jovens entendem que a política não responde às suas demandas", afirmou, defendendo que os jovens devem estar "no centro da agenda política" se quisermos "ampliar e fortalecer a democracia".
Christian Asinelli, Vice-Presidente Corporativo de Programação Estratégica da CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina, inaugurou a primeira sessão do diálogo destacando uma das notícias mais importantes em termos de integração na América Latina e no Caribe nos últimos anos: o retorno do Chile à CAF. Ele explicou que "a CAF foi o início de um experimento de integração que se tornou um dos bens públicos mais importantes da região".
Asinelli também falou sobre "passar das ideias à ação" e destacou o caso de sucesso de um projeto em Buenos Aires (Argentina) destinado a pessoas com dificuldades de acesso à moradia, que agora se tornou um exemplo de transformação urbana bem-sucedida. "Com uma abordagem de trabalho em equipe para criar uma cátedra ibero-americana, queremos transferir essa experiência concreta e trabalhá-la teoricamente para melhorá-la e transformá-la em novos projetos compartilhados para a Ibero-América e o Caribe, para que se traduza em políticas públicas em outros espaços com os mesmos problemas", explicou.
Com relação aos jovens, Asinelli afirmou que as gerações atuais "têm a responsabilidade de frear o que foi feito por gerações anteriores" em termos de meio ambiente e consumo, bem como enfrentar grandes mudanças nos campos da digitalização, Inteligência Artificial, inovação e governança, com o objetivo de não legar às gerações posteriores um mundo "praticamente inabitável".
A sessão de diálogo aberto começou com a intervenção de Juan Antonio Báez, vice-presidente do Conselho da Juventude da Espanha, uma organização que realizou vários estudos sobre a desafeição dos jovens pela política. "Oitenta por cento dos jovens com menos de 30 anos sentem que os políticos não os escutam, e 74% dos menores de 14 anos sentem que os líderes políticos não os consideram ao desenvolver políticas para sua melhoria". Ele defendeu parar de promover a "luta intergeracional" e trabalhar para recuperar o interesse dos jovens pela política e a participação na tomada de decisões.
Em seguida, Juan Pablo Duhalde, diretor-geral do Instituto Nacional da Juventude do Chile (INJUV), tomou a palavra, focando no fechamento frequente das instituições dedicadas à juventude quando ocorrem mudanças de governo nos países ibero-americanos, representando um problema para a conclusão bem-sucedida dessas iniciativas. Ele também enfatizou a necessidade de fortalecer os sistemas de inclusão da juventude a nível ibero-americano e destacou o trabalho que o INJUV está fazendo no Chile junto com os municípios e comunidades locais.
Após isso, Irune Aguirrezabal Quijera, diretora do Programa Ibero-Americano de Direitos Humanos, Democracia e Igualdade da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), falou, agradecendo as felicitações pela recente concessão do Prêmio Princesa das Astúrias à OEI. Ela deixou uma frase que ficou gravada nos participantes: "Não há políticas para jovens sem os jovens".
A jornada terminou com a reflexão final e encerramento de Lorena Larios Rodríguez, Secretária para a Cooperação Ibero-Americana, que, entre outras questões, sublinhou o compromisso da CAF em promover a liderança em desenvolvimento, empreendedorismo, cooperação, integração e no fortalecimento das relações entre governos, instituições, organismos internacionais e segmentos jovens. "Christian Asinelli destacou que a CAF se tornou um bem público regional. Nosso espaço de cooperação ibero-americana também o é", destacou enquanto ressaltava o apelo de Asinelli para "passar à ação". Além disso, Nathalie Gerbasi, diretora de Desenvolvimento Institucional e Capacitação da CAF, destacou que "a CAF busca facilitar diversos tipos de espaços onde os jovens possam adquirir ferramentas para fortalecer suas capacidades de liderança com o objetivo de formar uma massa crítica de agentes de desenvolvimento que impactem positivamente a região no médio prazo".
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