CAF, BNDES e Pará anunciam Museu das Amazônias
11 de junho de 2024
CAF doará R$ 4,25 milhões (US$ 800 mil) ao estado do Pará para dar o pontapé inicial na execução da iniciativa. Recursos serão utilizados em projetos executivos necessários para a construção do Museu, garantindo qualidade técnica, sustentabilidade e alinhamento com diretrizes aplicáveis à região amazônica.
O CAF, o governo do Pará e o BNDES lançaram hoje a iniciativa que cria o Museu das Amazônias, a ser sediado em Belém, no marco da realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025.
No evento realizado no BNDES, o presidente-executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados, anunciou a doação de R$ 4,25 milhões (US$ 800 mil), a serem usados em estudos técnicos que vão apoiar o governo do Pará no desenho e na implantação dos projetos executivos necessários para a construção do Museu, assegurando qualidade técnica, critérios de sustentabilidade e o alinhamento com as diretrizes aplicáveis à região amazônica.
“Lançamos hoje o primeiro passo para a implementação desse espaço tão importante, que será um dos principais legados da COP 30 e que vai muito além de ser um Museu como conhecemos tradicionalmente. Será um espaço de informação, de capacitação, educativo e que possibilitará o vislumbre da complexidade e da riqueza da Amazônia, que se estende por oito países e que é pilar fundamental da biodiversidade e da sustentabilidade climática do planeta. Com esses recursos iniciais, faremos essa iniciativa decolar, com o apoio do BNDES em seu papel de articulador de parceiros que viabilizem a construção desse valioso bem cultural brasileiro”, declarou Díaz-Granados.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, informou que o lançamento da pedra fundamental do Museu das Amazônias será no dia 8 de julho, em Belém-PA, e a inauguração do local está prevista para outubro de 2025, um mês antes do início da COP 30. “O BNDES e o CAF conversaram, há nove meses, sobre a criação do Museu, e hoje já conseguimos fazer o anúncio oficial do primeiro aporte do CAF para o projeto”, ressaltou Mercadante, anunciando a participação também de outros parceiros para a implementação do Museu, como o Instituto Cultural Vale e o Ministério da Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outros.
“Hoje é um dia especial para a cultura do Pará, porque iniciamos a implementação do projeto do Museu, com execução que contará com a cooperação do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG) e outros parceiros”, afirmou o governador do Pará, Helder Barbalho. Ele citou que o espaço que abrigará o Museu será o Porto do Futuro II, cujos galpões já passam por processo de revitalização, com o apoio do Instituto Cultural Vale. Ainda, destacou que a iniciativa será um importante processo educativo e pedagógico para os povos da Amazônia
O Museu
Os recursos doados pelo CAF serão utilizados no desenvolvimento de programas de investigação, inovação, desenvolvimento tecnológico e de conhecimentos tradicionais locais e ancestrais, sob os conceitos programáticos do Museu. Além disso, está previsto o estabelecimento de um Plano Museológico e programas de capacitação para docentes, educadores e investigadores e redes colaborativas entre atores-chave, promovendo o intercâmbio de experiências, a colaboração e a criação contínua das práticas educacionais e científico-culturais relacionadas à Amazônia.
O Museu foi idealizado para ser um espaço plural, abrangendo povos de territórios da Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O conceito proposto para o local é o de um museu vivo, área de encontros e apoio à geração de conhecimento, com atividades e experiências interativas; um espaço para gerar, compartilhar e aplicar o conhecimento científico, a inovação, o desenvolvimento tecnológico e os saberes tradicionais; e, especialmente, um espaço comprometido com a sustentabilidade socioambiental e econômica e a diversidade biológica e cultural, tanto em suas temáticas quanto em suas práticas.
Quatro eixos temáticos compõem a parte conceitual do Museu: Amazônia Milenar – na qual se promove a sabedoria e cosmogonia ancestral, fortalecendo os povos indígenas e vivendo em harmonia; Amazônia Secular – com olhar para os povos ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, seringueiros, pescadores e outros grupos que ocupam a região há séculos; Amazônia Degradada – considerando-se que degradação e perda agravam o risco sobre a região e o mundo; e Amazônias possíveis – com o debate “para onde vamos e como podemos chegar lá”.
Esses eixos estão alinhados com as políticas em vigor nos países amazônicos, a Declaração de Belém, o Plano de Ação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e o Plano de Ação Crítica do CAF, a Amazônia: Bioma de Solução - Roteiro para uma Amazônia Sustentável, Inclusiva e Resiliente, apresentada na COP 28 de Dubai.
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