Ciência latino-americana se une contra a perda de biodiversidade
13 de agosto de 2024
No período que antecede a COP16 em Cali, as instituições científicas da América Latina e do Caribe devem levantar suas vozes, compartilhar seus conhecimentos sobre a perda de biodiversidade e identificar prioridades de pesquisa para traduzi-las em ações concretas. Essas questões serão abordadas em um evento da CAF em 28 de agosto no Parque del Chicó, em Bogotá.
A perda de biodiversidade, as alterações climáticas e a poluição irão gerar perdas potenciais de aproximadamente 44 biliões de dólares (metade do PIB mundial), associadas a setores que dependem, em certa medida, da natureza. As consequências da perda de biodiversidade são cada vez mais graves: afecta o solo e a água, recursos fundamentais para a agricultura e a saúde; gera desequilíbrios nos ecossistemas naturais; acelera a proliferação de pragas; e aumenta as emissões de CO₂, entre outros.
Para estancar esta situação, é necessário colocar em prática o conhecimento científico, gerar canais de comunicação que permitam o diálogo entre as partes e acelerar a implementação de políticas de base científica que permeiam as agendas nacionais de desenvolvimento e as estratégias empresariais.
Com o objetivo de contribuir para o posicionamento da ciência com outra perspectiva, o CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe - promove o evento Ciência com a voz da América Latina e do Caribe, pela biodiversidade positiva, no dia 28 de agosto de 2024, a partir das 9h. Das 16h00 às 16h00, no Parque del Chicó, em Bogotá, que visa gerar espaços de diálogo entre instituições científicas e fornecer conclusões para enriquecer as discussões na COP16. Estas conclusões serão reunidas em um documento que será apresentado no Pavilhão Latino-Americano e Caribenho organizado pela CAF.
“No CAF promovemos a presença de cientistas e representantes de instituições financeiras internacionais, com o objetivo de proporcionar uma nova visão com a voz da América Latina e do Caribe para os desafios da biodiversidade. Na COP16, o CAF terá um pavilhão aberto a todos os países da região, que será um local de diálogo e visibilidade, onde serão apresentadas iniciativas inovadoras em ecossistemas como manguezais, Amazônia, Caribe, Chocó biogeográfico, Patagônia e o Galápagos. Da mesma forma, terá espaços na área criados em Cali para encontros com a sociedade civil e agentes sociais”, disse Alicia Montalvo, gerente de Ação Climática e Biodiversidade Positiva do CAF.
O compromisso do CAF com uma abordagem ecossistêmica e científica
A América Latina e o Caribe são uma das regiões mais ricas em biodiversidade terrestre e marinha. A Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES) avalia os serviços ecossistêmicos terrestres e costeiros da região em US$ 24,3 trilhões por ano. A região contém seis dos dezessete países mais megadiversos do mundo (Brasil, Colômbia, Equador, México, Peru e Venezuela), cobre entre 60% e 70% de todas as espécies conhecidas, aproximadamente 25% das florestas tropicais e o habitat com maior biodiversidade. no mundo: a floresta amazônica.
Neste contexto, o CAF adotou em suas operações a abordagem ecossistêmica que responde não só às necessidades dos países para a gestão integrada da terra, da água e dos recursos vivos, mas também às dos seus ecossistemas para a conservação e utilização dos recursos. de forma sustentável e equitativa.
Alguns exemplos desta nova abordagem são o Programa para a Gestão Integrada e Sustentável dos Sargaços no Grande Caribe, que beneficiará o México, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Jamaica, República Dominicana, Barbados, Trinidad e Tobago e Venezuela graças ao promoção da gestão sustentável do sargaço. Outros exemplos são o projeto para restaurar recifes de coral na Colômbia, Equador, México e Costa Rica, The Americas Flyways Initiative (AFI), que visa identificar e conservar mais de 30 paisagens críticas ao longo de rotas migratórias que abrangem a América do Norte, América Central, América do Sul América e Caribe, ou projetos para fortalecer a gestão de áreas naturais protegidas na Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador e Panamá.
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