Série Desafios, do CAF, OIJ e PNUD, é a base para o debate do Y20
04 de setembro de 2024
Uma contribuição regional para a discussão global sobre os desafios enfrentados pela juventude
No contexto dos debates conduzidos, este ano, no Brasil, durante o G20, e mais especificamente na Cúpula do Youth 20 (Y20), foi realizado o diálogo "O Y20 e a Série Desafios: uma plataforma de cooperação global para o desenvolvimento juvenil baseada na geração de conhecimento". Este espaço reuniu figuras-chave para refletir sobre as condições da juventude, os principais desafios que enfrentam e as formas de mobilizá-los para uma participação efetiva nas decisões globais. Além disso, foi debatido como essa participação se traduz em uma influência real nas políticas públicas em nível global e regional.
A Série Desafios, que fundamentou o diálogo nesse evento, é uma colaboração entre a CAF, a OIJ e o PNUD, e propõe mecanismos para empoderar os jovens a liderar mudanças sustentáveis. Esta iniciativa oferece três cadernos que abordam temas críticos como inclusão, governança e meio ambiente, apresentando uma análise comparativa inovadora sobre os principais desafios enfrentados pelas juventudes de nossa região. A série fornece dados essenciais para identificar problemas comuns, relaciona cada desafio com seu impacto nos ODS, e reúne um banco de boas práticas que oferece soluções e estratégias inovadoras para superar os desafios contemporâneos da juventude na América Latina e no Caribe, contribuindo assim para o aporte regional na discussão global sobre os desafios juvenis.
Pela profundidade das discussões durante a sessão e pela abordagem inovadora proposta pela Série Desafios, o Secretariado Técnico do Y20 retomou as conclusões como uma boa prática de construção de conhecimento e geração de evidências para melhorar a qualidade e a pertinência das políticas de juventude em três setores estratégicos: fortalecer a governança, superar desigualdades sociais e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Durante o encontro, Felipe Paulier, subsecretário-geral de Assuntos de Juventude da ONU, abriu a roda de conversa chamando a atenção para o desafio de sua função atual, assumida em 2020. “Meu principal papel não é representar os jovens nesta discussão global, mas trabalhar dentro do sistema das Nações Unidas para gerar mais espaço para a participação real desses jovens. Vivemos em um mundo com a maior geração de jovens da história, aproximadamente 50% da população mundial tem menos de 30 anos, mas, ainda assim, isso não se reflete nos processos de tomada de decisão. Existe um desequilíbrio muito acentuado entre a população e a demografia das representações. Se realmente quisermos construir instituições inclusivas, democráticas e representativas, precisamos transformar os processos, com a participação dos jovens”, afirmou.
Para Claudio Providas, representante do PNUD no Brasil, é crucial a necessidade de compromisso da juventude nas discussões e tomadas de decisões globais. “Embora existam críticas ao sistema multilateral e à política em geral, acredito que a única maneira de realmente fazer a diferença é se comprometer e fazer parte desse processo. Permanecer apenas nas críticas e nos protestos nas ruas expõe os problemas, mas não constrói. É necessário sentar-se à mesa de discussões e, também, que os jovens não se percam nas fake news e na polarização dos temas globais, que são as raízes que permitirão que os países alcancem, em anos e não em décadas, um desenvolvimento muito mais inclusivo”.
O presidente do Youth 20, Marcus Barão, destacou que o fato de a ONU contar com um subsecretário para os Assuntos da Juventude é uma conquista recente e coletiva, e que essa mudança é emblemática para o futuro do desenvolvimento global.
“Estamos em um momento histórico para reformar esse sistema para defender o futuro. E para defender esse futuro, no presente, as Nações Unidas convocaram uma Cúpula do Futuro, na qual serão discutidos pontos fundamentais para a juventude, entre os quais esperamos que sejam abordados os revelados na Série Desafios”, destacou Max Cervantes, secretário-geral da Organização Internacional para a Juventude (OIJ).
Rafael Juliá, executivo sênior do CAF, destacou que “o CAF é um banco de desenvolvimento que busca o crescimento de seus países membros por meio de programas e projetos, basicamente de infraestrutura, mas também comprometido com a geração de capacidades. Daí o compromisso de impulsionar a liderança jovem na América Latina e no Caribe, apoiando iniciativas que potencializem a ideia das juventudes e que transformem o futuro da nossa região, porque os jovens são o presente, além do futuro, e é no presente que se fazem as políticas que impactam o futuro deles”. Além disso, destacou que, “graças à aliança com a OIJ, foi possível impulsionamos a nova agenda das juventudes, com a realização de 14 laboratórios de participação de 1500 jovens, nos quais foram elaborados cerca de 70 projetos de políticas públicas”.
Também participaram do painel Ronald Sorriso, secretário nacional de Juventude do Brasil; Bruna Brelaz, presidente do Conselho Nacional de Juventude (Brasil); Marianela Vega, oficial de Juventude, Paz e Segurança do PNUD para América Latina e Caribe; e Xabier Triana, responsável por Assuntos Internacionais do Conselho de Juventude da Espanha.
A série Desafios aborda três temas cruciais:
- Governança e juventudes na América Latina e Caribe: este caderno analisa os desafios e as oportunidades para fortalecer a participação política das juventudes e sua influência na tomada de decisões, bem como a prevenção da violência.
- Inclusão e juventudes na América Latina e Caribe: que examina as desigualdades enfrentadas pelas juventudes na região e propõe estratégias para promover sua inclusão social (educação, emprego digno e saúde).
- Meio ambiente e juventudes na América Latina e Caribe: caderno que explora o papel fundamental das juventudes na luta contra as mudanças climáticas e na construção de um futuro sustentável.
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