Evento em Brasília discute a abordagem sobre gênero no G20

Com o objetivo de discutir as possíveis abordagens sobre gênero nas discussões do G20 neste ano, foi realizado em Brasília o Seminário Integração da Perspectiva de Gênero no G20. O evento, paralelo à Reunião Ministerial do Grupo de Empoderamento das Mulheres do G20 no Brasil, contou com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; da primeira-dama do Brasil, Janja Lula da Silva; e da representante do CAF no Brasil, Estefanía Laterza, na solenidade de abertura. O evento foi organizado pelo CAF, em parceria com o Ministério das Mulheres.

Autoridades, especialistas em questões de gênero e desenvolvimento e representantes de delegações internacionais do G20 tiveram a oportunidade de saber, em primeira mão, como o tema vem sendo tratado, tanto de forma transversal nos diversos grupos de trabalho em curso quanto no grupo de trabalho de Empoderamento das Mulheres. Essas áreas incluem, prioritariamente, trabalho, finanças, comércio, investimento, energia e clima.

“Hoje conhecemos uma prévia do resultado do trabalho que está sendo feito neste ano, como foi o processo liderado tão eficientemente pelo Brasil. Espero que no futuro possamos virar essa página e não precisar mais de grupos de trabalho para pensar e criar mecanismos que visem à igualdade, não apenas de gênero, mas econômica e social. O desenvolvimento tem que chegar para as mulheres e a todo o grupo de indivíduos mais vulneráveis”, afirmou Estefanía Laterza.

Janja Lula da Silva destacou em sua fala de abertura que o trabalho do atual governo na Presidência do G20 priorizou o tema em todas as discussões, de forma a incorporar as perspectivas de mulheres e meninas no desenho das políticas públicas nacionais e internacionais. “A participação social, um princípio norteador desse governo, foi repassado à metodologia de trabalho dos grupos temáticos de discussão do G20 neste ano”, afirmou. “Hoje as mulheres e meninas são a maioria da população que vive em situação de pobreza e situação de insegurança alimentar; são as mulheres que enfrentam os maiores obstáculos para o acesso à terra, água potável, educação, saúde, inclusão financeira e ao trabalho. Isso ocorre ainda mais quando consideramos fatores como raça e etnia”, complementou.

A ministra Cida Gonçalves ressaltou que a discussão do futuro de mulheres em nível global passa por uma revisão do debate praticado até hoje. “Nós não somos o paralelo, não somos aquilo que alguém nos deixou ser. Nós somos o que conquistamos, somos frutos de um processo daquilo pelo qual lutamos. Estarmos aqui é resultado dessa luta, é resultado do engajamento de vários movimentos”, afirmou.

Paineis

Após a solenidade de abertura, o Seminário contou com três paineis: “Ferramentas para a integração da perspectiva de gênero nas políticas de desenvolvimento social”, “A construção da transversalidade nos Grupos de Trabalho do G20 durante a Presidência brasileira” e “A dimensão da participação social: contribuições dos grupos de engajamento para o GT Empoderamento de Mulheres”.