CAF apoia prêmio que homenageia mulheres por trajetória na ciência

Como parte da programação da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2024, o Encontro Nacional de Popularização da Ciência (ENPC) contou com a solenidade de lançamento do edital do 1º Prêmio Mulheres e Ciência - Edição 2024, no dia 6, em Brasília. O CAF, o Ministério das Mulheres e o British Council Brasil são parceiros do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) nesta iniciativa.

O 1º Prêmio Mulheres e Ciência foi criado com o objetivo de promover a diversidade, a pluralidade e a participação de mulheres nas carreiras de ciência, tecnologia e inovação, além de fortalecer a equidade de gênero e premiar mulheres pelo reconhecimento do valor de suas pesquisas e outras atividades de aplicação de conhecimentos e de tecnologias.

Na cerimônia, a representante do CAF no Brasil, Estefanía Laterza, explicou que a instituição nasceu como um banco de desenvolvimento vinculado à Comunidade Andina de Nações. “Durante décadas, o CAF focou na infraestrutura, no concreto. Mas, nos últimos anos, a instituição deixou de colocar a atenção prevalente nas obras para priorizar o planeta e a inclusão das pessoas, acreditando que o desenvolvimento só é possível se forem consideradas as mulheres, os afrodescendentes, os indígenas, as pessoas com deficiências e todas as minorias”, afirmou.

Estefanía explicou que o CAF de hoje é o banco verde e da inclusão da América Latina e do Caribe, por isso a disposição da instituição de se aproximar dos governos, para apoiá-los nos esforços necessários para garantir a igualdade de oportunidades para todos e todas.

“Infelizmente, ainda em 2024, o trabalho das mulheres continua sendo invisibilizado, seja na política, nas ciências, nas empresas, nas instituições ou na administração. Isso não acontece apenas no Brasil, mas em toda a região e no mundo inteiro”, destacou Laterza. Ela citou dados que mostram essa realidade: “De 610 prêmios Nobel entregues até 2023, somente 19 foram para mulheres; de quase 200 países, apenas 23 mulheres são chefas de Estado ou Governo. Nós, mulheres, somos a metade da população mundial, mas as nossas contribuições ao avanço da civilização não aparecem nas estatísticas”.

Sobre o 1º Prêmio Mulheres e Ciência, Estefanía Laterza disse que esta iniciativa irá trazer visibilidade ao trabalho das mulheres cientistas em uma área tradicionalmente privativa dos homens.

Juntamente com Estefanía Laterza, participaram da mesa da cerimônia a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos; a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves; o presidente do CNPq, Ricardo Galvão; a diretora de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação do CNPq, Dalila Oliveira; a diretora de Engajamento Cultural e vice-presidente do British Council, Diana Daste; a secretária de Políticas e Programas Estratégicos do MCTI, Andrea Latgé; a oficial de Programas de Educação da Unesco no Brasil, Mariana Braga; e a professora da Unipampa, Eliade Lima.

Memorando de Entendimento

Durante a cerimônia, o CNPq e o CAF assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) que tem o objetivo de estabelecer um marco geral de colaboração entre as instituições para regular as atividades a serem firmadas e implementadas. Em especial, o documento busca apoiar o estudo e a pesquisa científica e tecnológica desenvolvidos por pesquisadores em instituições de ensino e pesquisa do Brasil, da América Latina e do Caribe, com qualidade científica reconhecida pelo CNPq e pelo CAF.

Além do patrocínio ao 1º Prêmio Mulheres e Ciência, por meio do MoU as instituições poderão trocar de informações sobre políticas e estratégias; implementar projetos conjuntos sobre tópicos de interesse comum; organizar seminários científicos e tecnológicos, simpósios e outras reuniões de interesse mútuo; fazer intercâmbio de pesquisadores, cientistas e técnicos, com o objetivo de promover pesquisa, consultoria e troca de experiências no campo de projetos conjuntos; e, entre várias outras modalidades, cooperar para fortalecer as atividades que promovam estratégias científicas relevantes.