CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Reunimos os destaques do desenvolvimento latino-americano em 2017, desde o compromisso de ter cidades mais inclusivas e habitáveis até as oportunidades geopolíticas da região em um novo contexto global.
12 de janeiro de 2018
Em relação à economia, 2017 será lembrado como o ano em que a América Latina saiu de uma longa recessão, embora os especialistas concordem que o clima de incerteza continuará ao longo de 2018 por causa do contexto sociopolítico internacional volátil.
Enquanto a maioria dos países da região melhorava seu desempenho econômico, também eram registrados avanços em setores-chave como a gestão integral das cidades, a implementação dos acordos climáticos, a integração regional e o fortalecimento institucional.
A seguir, resumimos os avanços mais destacados do ano em termos de desenvolvimento:
Segundo o Relatório de Economia e Desenvolvimento (RED 2017) do CAF, a situação na maioria das cidades latino-americanas impediu que a região alcançasse os níveis de desenvolvimento registrados nas economias mais avançadas. O relatório também considera que é possível reverter esta situação e aproveitar os benefícios econômicos da urbanização em uma região onde 8 de cada 10 habitantes moram em cidades. Para isso, nos próximos anos, a América Latina deverá apostar em centros urbanos acessíveis que se tornem motores de crescimento e inclusão social, sendo necessário incidir em três dimensões: o uso do solo, que estabelece onde se localizam as empresas e as famílias em uma cidade; o mercado residencial, que determina a qualidade das moradias, bem como sua disponibilidade e preço; a oferta e a infraestrutura de transporte, que define como circulam pessoas e mercadorias no interior da cidade.
Neste sentido, a Conferência CAF Cidades com Futuro reuniu em Lima especialistas internacionais destacados para debater sobre como tornar as cidades latino-americanas mais habitáveis e competitivas e estimular seu respeito pelo meio ambiente. Durante o encontro, foram abordados tópicos essenciais do desenvolvimento urbano, como a melhoria das condições de vida em favelas precárias, a gestão integral do risco de desastres, o impulso ao desenvolvimento econômico-produtivo, os melhores mecanismos de financiamento de políticas urbanas, ou as experiências de sucesso no desenvolvimento de infraestrutura para a construção de cidades inteligentes.
Diversas esferas políticas e sociais convocaram a América Latina a se comprometer com o aumento da produtividade, com o fim de conseguir um crescimento contínuo que não dependa tanto da exploração das matérias-primas.
Nas últimas décadas, a América Latina atingiu uma estabilidade macroeconômica que se reflete na menor inflação e no maior poder aquisitivo para seus habitantes. No âmbito social, foram executadas políticas eficientes contra a pobreza, que diminuiu, passando, em pouco mais de 10 anos, de níveis próximos de 50% para níveis inferiores a 25%, em média.
Neste sentido, Luis Carranza, presidente-executivo do CAF, assegura que a região precisa consolidar os avanços obtidos nas últimas décadas, o que exige prudência fiscal, sendo também necessário um pacto pela produtividade incluído na agenda de todos, tanto do setor público como do privado. Além disso, Carranza defende o desenvolvimento de cadeias de produção global, conglomerados produtivos, o aumento significativo do investimento em infraestrutura, o crescimento e fortalecimento das classes médias e a contribuição para a melhoria da institucionalidade nos nossos países.
Durante 2017, foram realizados diversos fóruns para debater sobre o papel reservado para a América Latina em face do novo contexto geopolítico marcado pela ausência de uma liderança global. Entre eles, destacou-se a Conferência CAF em Washington, DC, organizada pelo CAF, pelo Diálogo Interamericano e pela OEA, que reuniu mais de 1.000 líderes mundiais para analisar novas fórmulas de integração latino-americana em tempos de protecionismo, e debateu sobre as melhores estratégias para dinamizar o crescimento econômico da região. Especialistas internacionais de primeiro nível, como Francis Fukuyama ou Rick Waddell, exploraram as oportunidades geopolíticas e comerciais apresentadas à América Latina em um cenário internacional marcado pelos protecionismos, pela disrupção tecnológica e pela luta contra a corrupção.
Outro fórum de destaque foi a Conferência CAF- Sciences Po, realizada em Paris, onde os palestrantes concluíram que as relações geopolíticas estão sofrendo profundas transformações como consequência da ausência de liderança global e do aparecimento de atores emergentes, e isso representa uma boa oportunidade para que a América Latina e a Europa fortaleçam seus laços e reforcem sua influência internacional.
Em 2017, a região consolidou-se como um dos atores climáticos mais importantes por conseguir canalizar os recursos financeiros necessários para realizar a transição para economias de baixas emissões de carbono.
A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris alarmou não apenas os ambientalistas mais fervorosos, mas também a maior parte da comunidade científica e política do planeta. O medo de que a primeira economia do mundo abrace novamente os combustíveis fósseis, principais causadores da mudança climática, é, no mínimo, preocupante. Mas, apesar da incerteza, há indícios sólidos para assegurar que o desenvolvimento de energias alternativas e mais eficientes está no caminho certo. E isso é assim, em grande parte, graças ao impulso de regiões como a América Latina, até há pouco um ator invisível na cena climática internacional.
Nos últimos 10 anos, os investimentos em energias renováveis na região (com exceção do Brasil) se multiplicaram por 9, passando de 1 bilhão de dólares em 2005 a 9,3 bilhões de dólares de 2013 a 2015. Isso permitiu que a América Latina tenha hoje a matriz energética mais limpa do mundo, com uma representação de 25% das fontes renováveis, em comparação com 13% da média global.
Em 2017, representantes de governos latino-americanos, organismos multilaterais, organizações da sociedade civil e da academia assinaram um grande pacto para aumentar os recursos financeiros e os serviços públicos dirigidos à primeira infância e fortalecer, assim, o atendimento integral de meninos e meninas menores de seis anos.
O pacto, que incluiu organismos como o CAF, o Diálogo Interamericano, o BID ou o Banco Mundial, pretende consolidar políticas que adotem uma visão dos meninos e meninas como sujeitos de direito e tenham como propósito seu desenvolvimento integral; fortalecer a gestão para um atendimento integral de qualidade, adequado e oportuno, dirigido à primeira infância nos ambientes em que ela decorre; gerar processos participativos para a definição de metas ou indicadores de desenvolvimento integral na primeira infância a partir de um enforque de direitos; construir e consolidar uma coalizão sociopolítica que impulsione a prioridade do desenvolvimento integral na primeira infância tanto em nível das políticas públicas como do compromisso dos cidadãos; e estabelecer processos rigorosos de gestão do conhecimento e avaliação das ações dirigidas a gestantes e crianças na primeira infância.
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