A América Latina deve fortalecer uma cultura de institucionalidade ligada ao desenvolvimento a longo prazo

Enrique García, presidente-executivo do CAF, apresentou desafios para fortalecer a governança e o desenvolvimento na região durante o XX Congresso Internacional do CLAD

12 de novembro de 2015

Para fortalecer a governança na América Latina é preciso que os países da região fortaleçam uma cultura de institucionalidade -ligada ao desenvolvimento a longo prazo-, uma luta frontal contra a corrupção, a transparência na aquisição de bens e serviços públicos, e também contem com uma carreira de gestão pública, afirmou Enrique García, presidente-executivo do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina.

"Os países devem ter um processo de seleção de funcionários que seja competitivo, com regras claras que contribuam para uma institucionalidade de longo prazo", disse García, durante a palestra "Fundamentos e desafios para fortalecer a governança e o desenvolvimento na região", que ofereceu como parte do XX Congresso Internacional do Centro Latino-americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD) sobre a Reforma do Estado e da Administração Pública. "Com isso, poderemos promover o desenvolvimento das nações e o valor da carreira de administração pública".

Este evento, realizado em Lima, reúne autoridades, consultores e acadêmicos para o intercâmbio de experiências, estudos e pesquisas sobre o processo de reforma do Estado, modernização da administração e gestão de assuntos públicos nos países da Ibero-américa e do Caribe.

Como parte do mesmo, Gregorio Montero, secretário-geral do CLAD, entregou um reconhecimento a Enrique García pelo compromisso da organização multilateral com o desenvolvimento e o fortalecimento das instituições na região, além do apoio proporcionado para a realização do XX Congresso.

Durante sua participação, García comentou que, segundo o estudo do CAF "Visão para a América Latina 2040", a região deveria passar de um crescimento entre 2% e 3% para um crescimento sustentado de 5% ou 6%, a fim de fechar a lacuna com os países industrializados e manter o sucesso na redução da pobreza e na incorporação de milhões de cidadãos à classe média.

Ao se referir ao apoio para fortalecer a institucionalidade de maneira integral com uma visão de longo prazo, mencionou que a entidade multilateral apoia a preparação e a identificação de projetos em áreas de infraestrutura, saúde, educação, entre outras, priorizando o impacto social e ambiental levado em consideração em estudos prévios de viabilidade. O presidente-executivo enfatizou que o CAF incentiva as práticas de bom governo corporativo em entidades públicas e privadas, e promove a transparência para equilibrar a aquisição pública de bens e serviços.

Um exemplo do anterior é o Programa de Liderança para a Transformação do CAF, que até agora já treinou cerca de 30.000 funcionários de 2.300 municípios de 8 países da região, assim como o Programa de Governança, Gerência Política e Gestão Pública, o qual, em parceria com a Universidade George Washington- é realizado na Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru e Venezuela desde 2001, e que incluiu Brasil e Paraguai em 2015.

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