CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
10 de setembro de 2015
Os especialistas que debateram a respeito das relações entre a América Latina e a Ásia durante o segundo e último dia da XIX Conferência Anual do CAF, em Washington, concordaram que, apesar das menores taxas de crescimento que se esperam para a economia da China durante os próximos anos, a Ásia, como uma região, continuará sendo a área com maior crescimento do mundo, e a América Latina deve se colocar em posição para aproveitar ao máximo as oportunidades criadas por essa expansão.
"O futuro econômico do mundo está na Ásia", disse Leonardo Arízaga, vice-ministro de Relações Exteriores e Integração Política do Equador. "Nos próximos 10 anos, a América Latina crescerá 7 ou 8 por cento; a África, 5 por cento; o Leste Europeu, 6,5 por cento, enquanto que a Ásia vai crescer 60 por cento, quer dizer, 7, 8 ou 10 vezes mais", continuou. "Quem não reconhece esta oportunidade, perde o trem".
Durante um painel no qual se discutiu se o vínculo entre a América Latina e a Ásia estava passando de um estado de encantamento para um de decepção, Marta Lucía Ramírez, ex-ministra da Defesa e do Comércio da Colômbia, expressou otimismo e destacou a importância do aprofundamento das relações com a Ásia.
"Agora que a festa acabou, devemos nos preparar para uma relação mais estável, mais madura, talvez com menos sobressaltos, mas que deve continuar e se aprofundar, e devemos aproveitar as economias asiáticas com as que temos complementaridades, e suas classes médias que cresceram exponencialmente", disse Ramírez.
O governador e CEO do Banco do Japão, Hiroshi Watanabe, também foi otimista e enfatizou a longa história de relações entre o seu país e a América Latina, assegurando que a conexão com a Ásia continua forte. "Não vejo saturação", disse Watanabe.
Após um crescimento de 20,5 por cento nos últimos 12 anos, o comércio entre a Ásia e a América Latina chegou a 442 bilhões de dólares este ano. A Ásia representa atualmente 21 por cento do comércio internacional da América Latina em comparação com os 34 por cento dos Estados Unidos, segundo disse Andrea Bernal, a jornalista que moderou o painel.
A integração regional, que também foi o tema de outro painel na tarde da quinta-feira, surgiu como uma das principais questões pendentes na América Latina.
"A integração da América Latina fracassou", disse Ramírez. "No ano 2000, nunca pensei que a relação com a Ásia seria conduzida dessa forma, de maneira individual", continuou. "Tenho invejo da continuidade, da sua visão de longo prazo, do planejamento da Ásia".
A ex-ministra afirmou que a região está perdendo oportunidades bastante valiosas ao negociar individualmente com a Ásia. "Se estivéssemos integrados, poderíamos ter cadeias regionais de valor", explicou.
Uma perspectiva interessante foi a de Harinder Kohli, presidente e CEO do Centennial Group. Kohli pediu para que a América Latina não se esqueça de que a Ásia é mais do que a China.
"A América Latina deve ver [toda] a Ásia como um sócio", disse o empresário, que enfatizou que os investimentos estrangeiros do seu país de origem, a Índia, são liderados pelo setor privado. Em 2050, ressaltou, espera-se que a Índia seja o terceiro país mais rico do mundo, e que a Ásia represente 50 por cento da economia mundial.
"A Índia está vindo para a América Latina, mas a região deve melhorar seu ambiente de negócios - sua capacidade de crescimento, sua produtividade, sua capacidade de poupança e de investimento, e sua conectividade comercial - se quiser tirar o maior benefício possível desta relação", explicou Kohli.
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