A parceria entre CAF e Brasil se fortalece

A relação histórica entre Brasil e o CAF foi ainda mais fortalecida em 2020, ano marcado pelas dificuldades impostas pela crise gerada pela pandemia do Covid-19, não só no país, mas em todo o mundo.

19 de julho de 2021

Por um lado, o Brasil começava a precisar de assistência contracíclica para enfrentar as emergências econômicas decorrentes da pandemia e, por outro lado, era essencial que houvesse continuidade no financiamento de estados e municípios para obras de desenvolvimento urbano e regional, bem como para o setor privado brasileiro, em operações voltadas para a melhoria da competitividade nacional.

Em 2020, o Brasil atingiu o maior volume de desembolsos pelo banco e também registrou o maior número de projetos considerados "verdes" (aqueles que apresentam ações de mitigação e/ou adaptação às mudanças climáticas, bem como aqueles que valorizam o capital natural).

O ano foi inicialmente marcado pela concentração de esforços para apoiar o país na realização de medidas de combate à pandemia do Covid-19, principalmente na busca de recuperação econômica, seja por meio de operações com, sem garantia soberana ou técnicas de cooperação. Em 2020, foi aprovado um financiamento de US$ 350 milhões pelo Ministério da Economia, para cobrir custos com auxílio emergencial, e uma linha de crédito de US$ 100 milhões para o BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais), destinado a empreendedores do estado em situação de vulnerabilidade devido à crise da saúde.

Como referência ao apoio no combate ao Covid-19, o Brasil recebeu um pacote de recursos relacionados à cooperação técnica em ajuda humanitária de US$ 400 mil, destinados às cidades de Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e São Bernardo do Campo para comprar equipamentos a fim de combater o coronavírus e US$ 50 mil à organização não governamental Expedicionarios da Saúde para a compra de concentradores de oxigênio, para populações indígenas vulneráveis da Amazônia.

Além de prestar apoio direto ao governo federal, o CAF deu continuidade às suas operações tradicionais com estados e municípios, tendo desembolsado US$ 299 milhões no período. Cinco contratos de crédito, totalizando US$ 382 milhões, também foram assinados com o estado de Alagoas e os municípios de São Bernardo do Campo, Mogi das Cruzes e Guarulhos.

Atualmente, há 31 operações de financiamento em andamento com os municípios brasileiros, em programas abrangentes de recuperação urbana, melhoria da mobilidade, saneamento e drenagem, saúde, educação e inclusão financeira e social. A aproximação do banco com os municípios brasileiros significa que a instituição agora é conhecida no país como o "banco da cidade".

Com os estados, a estratégia do CAF é financiar, principalmente, operações de melhoria e construção de rotas de transporte interurbano e estadual, incluindo ações de segurança viária, corredores de integração logística, mobilidade urbana em áreas metropolitanas e sistemas de gestão de resíduos sólidos.

Em operações sem garantia soberana da União, destaca-se a consolidação do apoio aos bancos e órgãos públicos de desenvolvimento. Até o início de 2020, apenas o BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) era cliente do CAF. Desde então, o banco passou a atender outras três instituições de desenvolvimento locais, totalizando US$ 340 milhões em linhas de crédito principalmente para financiamento de pequenas e médias empresas. São eles BNB (Banco do Nordeste), Desenvolvimento SP, BRDE (Banco de Desenvolvimento do Extremo Sul).

Da mesma forma, em 2020, no campo de apoio às instituições de desenvolvimento, foi desenvolvido o serviço de gestão de dívidas, onde o CAF, por meio de sua plataforma financeira, contrata instrumentos de câmbio e cobertura de taxa de juros para seus clientes.

Esse serviço ajudou a catalisar a transferência de recursos em 2020, com a primeira operação com desembolso em reais, para o Desenvolvimento SP, seguida por outro para o BRDE. Completando suas operações neste segmento, seu relacionamento continua com bancos privados como Santander, Banco do Brasil, Itaú e Bradesco por meio de linhas de crédito. Os desembolsos totais para o segmento não soberano atingiram a marca de US$ 1,44 bilhões.

Finalmente, em 2020, o Brasil recebeu o maior volume de recursos em cooperação técnica desde que ingressou como parceiro do CAF em 2007, totalizando US$ 5 milhões, dos quais US$ 3 milhões foram destinados a um estudo detalhado sobre um novo modelo de concessão ferroviária da Malha Oeste.

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