CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
O relatório LEO é uma publicação anual conjunta, produzida pelo Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Comissão Europeia.
24 de setembro de 2020
A transformação digital pode ajudar a região da América Latina e Caribe (ALC) a se recuperar mais rapidamente da crise da COVID-19, de acordo com a publicação Perspectivas Econômicas da América Latina 2020 (LEO, na sigla em inglês): Transformação Digital para uma Melhor Reconstrução.
O relatório LEO é uma publicação anual conjunta, produzida pelo Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Comissão Europeia.
“O LEO 2020 é um relatório muito oportuno. Ajudará a fomentar o diálogo nos países da ALC e com a comunidade internacional sobre como podemos aproveitar ao máximo a transformação digital no atual contexto da crise da COVID-19”, afirmou Iván Duque Márquez, presidente da República da Colômbia.
O relatório LEO 2020 documenta o significativo impacto da pandemia sobre os mais vulneráveis e marginalizados. As microempresas foram particularmente afetadas: provavelmente, 2,7 milhões delas fecharão, resultando na perda de 8,5 milhões de empregos. No início da crise, 40% dos trabalhadores nas economias da ALC não tinham acesso a nenhuma forma de proteção social e 60% atuavam informalmente.
“Esperamos que um adicional de mais de 45 milhões de pessoas caiam na pobreza. A emergência socioeconômica torna um novo modelo de desenvolvimento mais urgente do que nunca. A digitalização pode ser uma ferramenta poderosa para superar os desafios estruturais da região somente se for considerada como uma forma integral de promover uma mudança estrutural progressiva, por meio de políticas de geração de novos setores, empregos de qualidade, desenvolvimento de capacidades e inovação”, declarou Alicia Bárcena, secretária executiva da CEPAL
“A crise gerou oportunidades para fazer avançar as reformas necessárias que podem ajudar a disseminar os benefícios da transformação digital para alcançar um crescimento inclusivo e sustentável. Também destaca a necessidade urgente de fechar as lacunas digitais entre territórios, famílias, estudantes, trabalhadores e empresas”, afirmou Ángel Gurría, secretário-geral da OCDE.
De acordo com o LEO 2020, a crise está exacerbando uma série de desafios estruturais interrelacionados, incluindo alta desigualdade e informalidade, baixa produtividade e instituições e serviços públicos deficientes.
A boa notícia é que a transformação digital pode ajudar as economias da ALC a saírem da crise, estimulando a inovação empresarial e novos modelos de consumo, transformando os sistemas de produção e as cadeias de valor, reorganizando os setores econômicos e introduzindo novas condições de competitividade. As ferramentas digitais também podem contribuir para um melhor acesso aos serviços públicos, incluindo saúde e educação. Finalmente, podem ajudar a melhorar a governança, colocando os cidadãos no centro das políticas públicas.
Conforme observado pela comissária da União Europeia para Alianças Internacionais, Jutta Urpilainen, “a transformação digital oferece à UE e à América Latina e Caribe uma oportunidade de desenvolver soluções inovadoras e enfrentar desafios estruturais. Uma oportunidade também para enfrentar as desigualdades a partir de agora. O Mercado Único Digital da União Europeia é um exemplo de como a integração digital pode se concentrar na inclusão dos cidadãos e no apoio às empresas. Porém, não podemos esquecer que, para vermos os benefícios, o acesso é essencial”.
“A transformação digital oferece uma oportunidade única de aumentar a produtividade e fornecer melhores serviços públicos na América Latina e no Caribe. Com a Covid-19, a região acelerou seus processos digitais, mas ainda há um longo caminho a percorrer para fechar a lacuna em relação às economias avançadas”, acrescentou Luis Carranza, presidente-executivo do CAF.
No entanto, o relatório alerta para um caminho difícil pela frente. O acesso à Internet, em particular, está longe de ser universal: em 2018, 68% da população da ALC usava regularmente, quase o dobro da proporção em 2010, mas bem abaixo da média da OCDE, de 84%. Além disso, enquanto 75% da população mais rica da América Latina acessa a Internet, apenas 37% da população mais pobre o faz. A diferença entre ricos e pobres é muito maior (quase 40 pontos percentuais) na ALC do que nos países da OCDE (menos de 25 pontos percentuais). A transformação digital vem com grandes desafios, com mais de 20% dos empregos em alguns países propensos a sofrer algum tipo de automação. Portanto, a região precisa de novos investimentos maciços em educação e treinamento para equipar os trabalhadores com as habilidades digitais necessárias.
A edição 2020 do LEO descreve uma série de recomendações de políticas públicas para coordenar as múltiplas agendas digitais que proliferam nos países da ALC e destaca a importância de vinculá-las aos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PDN), 16 dos quais são analisados ??no relatório. Responsabilidades claras e a implementação adequada são cruciais para o sucesso de tais agendas. O relatório também destaca que, para aproveitar ao máximo a transformação digital em níveis local, nacional e internacional, é necessário renovar alianças internacionais. Por exemplo, tributar a economia digitalizada de forma eficaz e justa requer uma forte cooperação internacional. Da mesma forma, por meio de uma cooperação regional mais eficaz, os países da ALC poderiam fortalecer suas capacidades digitais nacionais.
Mais informações sobre o relatório: http://www.latameconomy.org. Acompanhe o lançamento no Twitter pela hashtag #EconomicOutlook & #LatinAmerica.
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