América Latina cresce em desenvolvimento TIC mas continua longe da média mundial

O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - apresentou em Madri o relatório "Rumo à transformação digital da América Latina", a respeito do setor TIC em 16 países desta região.

O índice de desenvolvimento das infraestruturas cresceu 30% desde 2010.

05 de maio de 2014

(Madri, 5 de maio de 2014).- O CAF - banco de desenvolvimento da América Latina - apresentou na sede da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) o relatório "Rumo à transformação digital da América Latina", realizado em conjunto com a Isdefe a respeito da situação das tecnologias da informação e comunicação (TIC). A apresentação inicial foi realizada por Guillermo Fernández de Soto, diretor para a Europa do CAF, e Francisco Quereda, conselheiro-delegado da Isdefe, empresa pública de engenharia.

Os resultados do estudo têm como base o Índice Integral de Desenvolvimento TIC (IIDT), desenvolvido pelo CAF e que permite avaliar quantitativamente e homogeneamente as diferentes dimensões (infraestrutura, capital humano, dimensão econômica e institucional), que explicam o grau de desenvolvimento do setor, além de comparar a situação de cada país analisado com as nações vizinhas, a região como um todo e alguns países de referência fora da área estudada.

"A ideia é entender como a demanda dos serviços e a política pública no setor evoluem e ver o que está sendo feito na agenda digital em cada um desses países", assegurou Mauricio Agudelo, executivo do CAF e coordenador do estudo, durante sua apresentação.

A região cresceu em todas as dimensões do âmbito TIC. No que diz respeito às infraestruturas, desde 2010 se produziu um aumento de mais de 30% segundo o índice desenvolvido, embora Agudelo explique que os acessos de banda larga estão bem abaixo da média mundial devido ao seu desenvolvimento insuficiente.

No plano econômico e institucional, a evolução chega a quase 15%. A indústria das telecomunicações representa mais de 4% do PIB da região e existe também uma consciência política para reduzir a exclusão digital e quase todos os países analisados estabeleceram fundos de serviço universal ou de acesso universal. No entanto, o CAF adverte que os preços das TIC ainda continuam supondo uma porcentagem significativa da renda média dos cidadãos de alguns países e recomenda a promoção de políticas que facilitem o acesso aos serviços e garantam uma maior inclusão digital.

O relatório observa que a região ainda conta com um grau insuficiente de desenvolvimento TIC para a convergir com as regiões mais desenvolvidas. Por exemplo, com relação à Dinamarca, o setor na América Latina no plano econômico e de infraestrutura tem um valor médio de 50% do registrado no país europeu. No que diz respeito à Espanha, as diferenças são menores, embora também sejam significativas: o valor de suas infraestruturas é 45% menor e o do seu capital humano é 42% menor.

"Há grandes oportunidades para a Espanha em diversos âmbitos do desenvolvimento TIC na América Latina, entre os quais se encontram o investimento em novas infraestruturas e serviços; a transferência de conhecimento e treinamento, tanto para o cidadão como para as instituições públicas ou privadas; o intercâmbio e a formação de profissionais TIC, assim como a assessoria ao governo na elaboração de planos digitais e questões regulatórias", recomendou Agudelo. 

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