América Latina e Caribe: em busca do crescimento em um cenário global desafiador

Líderes regionais, empresários e especialistas reunidos no primeiro Fórum Econômico Internacional América Latina e Caribe, no Panamá, analisaram as estratégias necessárias para impulsionar o desenvolvimento econômico e a competitividade da região.

29 de janeiro de 2025

A necessidade de implementar reformas estruturais profundas, fortalecer a integração regional e aproveitar novas oportunidades, como o nearshoring, dominaram as discussões do evento, que reuniu presidentes, empresários e especialistas internacionais.

Os especialistas concordaram que o panorama econômico para 2025 apresenta desafios significativos. Verónica Frisancho, gerente de Conhecimento do CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe, alertou que "o impacto das altas taxas de juros será determinante para a América Latina e o Caribe, afetando o custo do financiamento, os fluxos de capital, a inflação e o crescimento econômico".

A desaceleração da China surge como outra grande preocupação. Carlos Felipe Jaramillo, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, destacou que "para 2025, a projeção de crescimento da China é de apenas 4%, sua taxa mais baixa em mais de 30 anos, excluindo o período da pandemia. Isso terá um impacto direto na América Latina, especialmente na demanda por commodities".

No painel sobre como retomar o caminho do crescimento, Gabriel Oddone, ministro da Economia e Finanças designado do Uruguai, alertou que "estamos diante do fim de uma era global caracterizada por consensos sobre a livre mobilidade de capitais, bens e pessoas, os quais hoje estão sendo questionados".

Por sua vez, Núria Vilanova, presidente do Conselho Empresarial Aliança por Ibero-América, enfatizou as oportunidades no novo cenário global: "O mundo está passando por um novo movimento tectônico, não geológico, mas geoestratégico e geopolítico. A América Latina está no foco, e isso representa uma oportunidade".

O papel do setor privado foi destacado como crucial para o desenvolvimento. Roque Benavides, ex-presidente da Confederação Nacional de Instituições Empresariais Privadas do Peru, ressaltou que "do total de investimentos, 80% vêm do setor privado e 20% do setor público. E, dentro do investimento privado, 20% são estrangeiros e 80% são nacionais".

Em infraestrutura e conectividade, Roberto Kriete, presidente do Conselho de Administração da Avianca, destacou a necessidade de investimentos eficientes: "Na infraestrutura aeroportuária, por exemplo, em vez de gastar bilhões em expansão, poderíamos resolver gargalos na imigração e alfândega com um investimento mínimo, gerando um impacto enorme na experiência do passageiro".

 

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