CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
As pequenas e médias empresas (PME) representam 90% das empresas da América Latina, geram mais da metade dos empregos e um quarto do PIB
13 de julho de 2018
O problema com as PME da América Latina, segundo especialistas, não tem tanto que ver com o número de empresas, mas sim com seu fraco crescimento e com a baixa qualidade de emprego que geram. Se bem que a criação de empresas é elevada em comparação com a Ásia, por exemplo, as companhias que sobrevivem normalmente crescem a um ritmo mais lento do que suas homólogas nas regiões mais avançadas. Esta situação, que se explica principalmente pela falta de inovação, limita as possibilidades de expansão da rede das PMEs na região e, com isso, diminui o crescimento dos países.
"Os países latino-americanos deveriam propiciar um contexto econômico e institucional que incentive a inovação e ajude a fortalecer o capital humano, ao mesmo tempo em que promove a concorrência e o aumento da produtividade. Quando há uma competição saudável, as empresas tendem a explorar novos mercados de exportação, fato que contribui tanto para a sua maior profissionalização e crescimento como para sua internacionalização", explica Manuel Malaret, diretor corporativo de setores produtivos e financeiros do CAF.
As pequenas empresas, segundo o especialista, estiveram no centro das políticas públicas que apostavam aliviar a escassez de crescimento empresarial, o que contou com a criação de programas governamentais de apoio às PME. O acesso a estes programas geralmente tem sido sujeito ao número de empregados.
Empreendedorismo e inovação
Praticamente um terço dos trabalhadores latino-americanos são autônomos ou pequenos empresários, conforme dados do Relatório de Economia e Desenvolvimento de 2013. Poucos destes empreendedores chegam a contratar um empregado; a maioria ainda continua sendo muito pequena, mesmo após décadas de operação.
"Em geral, o grau de inovação dos empreendedores da América Latina é mais baixo do que o de outras regiões, como a Ásia, Europa ou América do Norte", disse Malaret. "Isso faz com que o crescimento empresarial latino-americano seja mais lento e, portanto, não crie muitos empregos de qualidade".
Paralelamente, em média, as empresas latino-americanas têm investimentos substancialmente menores em I+D do que as dos países de alta renda, e a maior parte deste investimento parte do setor público.
Mas a falta de inovação na América Latina não é exclusividade das PME. Na verdade, as multinacionais latino-americanas também registraram déficits de inovação em relação às multinacionais estrangeiras. Esta situação mostra que, na maioria dos casos, as empresas vão para o exterior para vender o mesmo produto ao invés de se conectar às cadeias de valor.
A informalidade também é um elemento que limita a consolidação deste tipo de empresas na América Latina. Segundo os especialistas, para que a formalização seja atraente é necessário facilitar e diminuir os custos dos processos burocráticos e, ao mesmo tempo, criar incentivos, como poderiam ser a simplificação de trâmites, a redução de taxas de impostos, a criação de mais programas de apoio ao seu desenvolvimento e financiamento, ou programas de compras do Estado dirigidos às PME.
Estas medidas deveriam contribuir para que as PME da região se tornem uma fonte de criação de emprego e um motor econômico das economias nacionais. E isso, dado o atual clima de desaceleração que a América Latina atravessa, merece esforços de todos as partes, desde as próprias PME até os governos.
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