América Latina modera seu crescimento, mas é mais resistente perante crises

No evento " Espanha e América Latina: e volução e p erspectivas", organizado pelo CAF , destacou-se que um dos desafios da região é reduzir a desigualdade social através de melhorias na educação e aumento de produtividade

02 de julho de 2014

 

O CAF -banco de desenvolvimentoda AméricaLatina- organizou a reunião "Espanha e América Latina: evolução e perspectivas", que serviu para analisar a atual situação econômica da Espanha e as oportunidades disponíveis na região latino-americana.

 

"A América Latina é outra e, apesar de uma atenuação, continua crescendo, mas deve fazê-lo com igualdade e com uma melhor distribuição da riqueza", disse Guillermo Fernández de Soto, diretor para a Europa do CAF, em seu discurso na abertura do evento. "Se não houver um crescimento sustentado e de qualidade não será possível atender à demanda de serviços e de qualidade de vida da classe média", advertiu. "Por isso é importante que a tendência de crescimento seja mantida".

 

 A respeito da Europa, Fernández de Soto ressaltou que o continente continuará sendo uma parte fundamental na economia internacional. "Como uma locomotiva", definiu, acrescentando que o papel da Espanha pode ser essencial depois dos sinais de recuperação que foram registrados. "No entanto, a Europa tem que responder sobre o que fará com seu modelo de bem-estar", continuou. "A Europa e a América Latina precisam de fortes lideranças que permitam progredir nos desafios do crescimento econômico".

 

O economista e professor da Universidade de Alcalá, José Carlos Díez, apresentou uma retrospectiva da evolução da crise em Espanha e explicou suas previsões econômicas para o próximo ano. "O crescimento voltou à Espanha, mas ainda é lento", disse Díez, ressaltando a necessidade de mais esforços para reduzir os altos níveis de dívida e corrigir a situação fiscal.

 

Do ponto de vista externo, Díez defendeu o estreitamento dos laços e a busca de novas oportunidades nos países da América do Sul e do Caribe, região de influência do CAF. "Estas áreas estão crescendo a um ritmo moderado, mas constante, uma situação que está abrindo muitas portas para promover o seu desenvolvimento", disse Díez.

 

Germán Ríos, diretor de Assuntos Estratégicos do CAF, explicou que as perspectivas da América Latina em 2014-2016 são positivas, em um ambiente internacional de recuperação gradual dos Estados Unidos e da Europa, e da estabilização da China.

 

"A América Latina é uma região resistente, capaz de enfrentar as dificuldades e se recuperar", destacou Ríos. Segundo o especialista, isso também se deve a que seus sistemas financeiros são muito mais sólidos; ao aumento na transparência de seus governos em termos de políticas econômicas; às reformas que foram registradas nos últimos anos; à mudança na composição dos fluxos de capitais, com maiores entradas de Investimento Estrangeiro Direto (IED), entre outros aspectos.

 

Apesar dos bons dados apresentados, Ríos advertiu em sua palestra que ainda persiste uma grande desigualdade social e sugeriu mecanismos e soluções como a melhoria da educação, o aumento da produtividade e maior flexibilidade laboral.

 

Assine nossa newsletter