América Latina precisa traçar uma estratégia para aprofundar e aproveitar o comércio com a Ásia

Após a bem sucedida Conferência Internacional sobre as Relações Comerciais da América Latina e Ásia, organizada por Cieplan e CAF, especialistas concordam que é preciso um replanejamento de vínculos para absolver as mudanças de cenário, além de identificar e aproveitar as oportunidades.

30 de março de 2012

(Santiago, 30 de março de 2012) Não há dúvidas de que a relação comercial com a Ásia, especialmente com a China, trouxe benefícios econômicos, contudo, o cenário internacional mudou e a América Latina não reagiu com a necessária rapidez. As novas oportunidades que surgem a partir da mudança nos padrões de consumo de mercados atraentes como o gigante asiático merecem atenção especial.

Os caminhos a seguir, os focos e as lições aprendidas sobre as relações comerciais mantidas com a pujante Ásia levaram à troca de conhecimento e propostas no encontro de especialistas “Análise das Relações Econômicas Chile-Ásia. Lições para a América Latina”. A atividade, desenvolvida em Santiago, em 29 de março, reuniu vinte especialistas e foi organizada por Cieplan – Corporação de Estudos para América Latina e CAF – banco de desenvolvimento da América Latina.

As diversas apresentações, comentários e debates dos especialistas evidenciaram com clareza dois grandes desafios que a América Latina deve enfrentar no âmbito de uma economia globalizada e competitiva. O primeiro é a transformação produtiva e, o segundo, a inserção internacional.

Nas várias palestras foi debatida a necessidade de diversificar as exportações dos países da região, incorporando distinções como o que se entende por diversificar e se a diversificação deve ser da cesta de produtos ou dos mercados de destino.

Ao final do evento, Enrique García, presidente-executivo da CAF, elogiou o nível da discussão e destacou que “a inserção internacional, no caso do Chile, de sucesso, requer um esforço da América Latina para desenvolver políticas que estimulem a competitividade, chave em uma economia global”. Além disso, ele afirmou também que “a região tem que desenvolver um padrão produtivo de crescimento que seja eficiente, inclusivo e consistente com a diversidade cultural e do meio ambiente”.

Já o anfitrião do evento, Alejandro Foxley, presidente da Cieplan, palestrou sobre como fazer uma inserção internacional inteligente e acrescentou que é muito importante seguir aprofundando o debate sobre o que deve ser feito após a assinatura de TLCs. O economista e ex-ministro de Estado também garantiu que “fazer coisas juntos” é fundamental, se referindo à união público e privado, mas também em relação à integração multinacional de empresas.

Vale ressaltar que a conferência internacional contou com a participação de especialistas da América Latina, China e Coréia, entre eles, Wu Guoping, de ILAS da China; Duol Kim, do Korea Development Institute; Osvaldo Rosales, da Cepal; Ricardo Lagos Weber, senador do Chile; Joaquín Vial, do Banco Central do Chile; Germán Ríos e Pablo Sanguinetti, da CAF, Patricio Meller, de Cieplan; Andrés Rebolledo, BID; entre outros.

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