Anseios de El Alto materializados e retratados pela lente de Nick Ballón

Materializar um desejo comprando uma miniatura na Festa de Alasitas é uma tradição, uma herança cultural que todo dia 24 de janeiro recomeça e se repete a cada ano em La Paz, e representa o tema central do projeto artístico do fotógrafo Nick Ballón, chamado “Ekeko”. A mostra, que abre o ciclo de exposições 2018 da Artespacio, galeria de arte do CAF -banco de desenvolvimento da América Latina, será inaugurada na próxima quarta-feira, 24 de janeiro, em La Paz.

A exposição terá 18 fotografias a cores, nas quais o artista captura, através de estruturas neoandinas, abstrações que sugerem um mundo de ficção científica e do folclore aimara, com a representação dos desejos e aspirações que se tornam tangíveis na cidade de El Alto na forma de arquitetura futurista.

“As imagens fotográficas de Nick Ballón questionam meus sentimentos e minhas percepções da identidade do espaço-tempo em que vivo. Nelas – mais do que o registro de pessoas e objetos, que conheço muito bem por morar neste lugar – identifica-se o espaço-tempo atual de duas maneiras diferentes, a atualidade vernacular e o tempo universal”, explicou Cecilia Lampo, curadora da galeria e da exposição.

A exposição destaca o interesse de Ballón em capturar a relação entre o subjetivo e o materializado, os desejos que conseguem ser concretizados, salientando a peculiaridade do artista de contar histórias apoiadas em pesquisas e outras alternativas para abordar este tema de estudo.

A exposição estará aberta ao público de 24 de janeiro até 23 de fevereiro, das 9h às 12h e das 14h30 às 18h. A Artespacio CAF está localizada na Av. Arce Nº 2915, esquina Clavijo, bairro de San Jorge.

 Mais sobre Nick Ballón

Nick Ballón nasceu em Londres em 1976. Sua mãe é inglesa e seu pai boliviano. Atualmente mora em St. Leonards, uma pequena cidade costeira na periferia de Londres. É fotojornalista com grande interesse em pesquisa, focando seu trabalho principalmente em histórias situadas na Bolívia.

Trabalha como fotógrafo-retratista e documentarista para o The New York Times, Time, WSJ, Travel+Leisure, Esquire, e é representado comercialmente pela revista Blink Magazine.

No ano 2013, publicou seu primeiro livro, Ezequiel 36:36, no qual mostra os vestígios da companhia aérea Lloyd Aéreo Boliviano. Expôs suas obras em várias galerias na Bolívia, Inglaterra e Reino Unido.

Entre os prêmios recebidos, destacam-se os seguintes: Em 2013, seus projetos Ezequiel 36:36 e Virtue of Wrestling foram premiados no Salão do Retrato. Ainda nesse ano, recebeu o TIME, um prêmio ao melhor livro de fotografia, também com Ezequiel 36:36, obra que o levou a ser finalista no concurso Terry O´Neill. Um ano mais tarde, recebeu o prêmio de melhor livro de fotografia com Ezequiel 36:36 e foi finalista dos concursos de fotografia: JGS, com o projeto The Bitter Sea, concurso PDN, prêmio anual de fotografia com a obra Virtue of Wrestling, além do prêmio Lens Culture.

Em 2015, recebeu o prêmio anual com dois projetos selecionados e indicados para o Prix Pictet, indicação para Disorder (The Cold Road). Em 2016, recebeu o prêmio anual, CR Photography, de melhor projeto editorial e, em 2017, foi galardoado com o prêmio anual de Melhor Projeto Pessoal e de Melhor Livro de Fotografia.