Arequipa procura reduzir sua vulnerabilidade às mudanças climáticas

Os principais desafios são proporcionar uma maior capacidade de resposta às fortes chuvas e promover medidas para garantir a disponibilidade de recursos hídricos, entre outros, segundo um estudo apresentado pelo Governo Regional de Arequipa, graças ao financiamento do CAF

07 de setembro de 2016

O Peru é um país "particularmente vulnerável" porque apresenta sete das nove características que qualificam o grau de vulnerabilidade reconhecido pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Arequipa, a segunda cidade mais importante do país, já enfrenta diversas ameaças originárias na variabilidade climática, que podem gerar impactos significativos.

Considerando a multiplicidade de ameaças que esta cidade do sul peruano enfrenta e a alta vulnerabilidade identificada, o Governo Regional de Arequipa apresentou os resultados do estudo "Vulnerabilidade e Adaptação às Mudanças Climáticas na Região Metropolitana de Arequipa", financiado pelo CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- e executado pela consultoria Libélula, Gestão em Mudanças Climáticas e Comunicação.

O estudo mostra que os principais problemas que a cidade de Arequipa enfrenta perante as mudanças climáticas são: a capacidade inadequada de resposta para eventos de chuvas intensas; disponibilidade inadequada de recursos hídricos; pressão sobre Rio Chili devido à urbanização, reduzindo o caudal do rio e diminuindo os ecossistemas urbanos; e potencial efeito de ondas de calor devido ao déficit de áreas verdes e a perda das zonas rurais de Arequipa.

Desafios

Diante dos quatro grandes problemas de vulnerabilidade perante as mudanças climáticas encontrados na cidade de Arequipa, identificou-se uma carteira de 12 medidas de adaptação que reduziriam a vulnerabilidade na cidade, o que necessitaria um investimento de mais de USD 230 milhões.

O estudo prioriza as seguintes medidas: sistema de infraestrutura e informação contra inundações para a cidade de Arequipa; recuperação do Monte Ribereño do Rio Chili na cidade de Arequipa; parques urbanos climatizados no Cerro Colorado; e recuperação do ecossistema urbano.

Estas conclusões surgem de uma análise de vulnerabilidade que foi realizada na cidade e que inclui dimensões ambiental, econômica, territorial e social; assim como uma análise setorial com enfoque de cidade em quatro áreas prioritárias: (i) zona noroeste do Cerro Colorado e Yura, (ii) zona nordeste dos distritos de Cayma, Alto Selva Alegre, Miraflores e Mariano Melgar, (iii) distritos de Arequipa e Jacobo Hunter, e (iv) distritos de Characato e Mollebaya. Estes dois últimos são os distritos com maior vulnerabilidade, segundo as variáveis ??incluídas.

Como parte da apresentação dos resultados do estudo, criou-se um espaço para o intercâmbio de ideias a respeito da implantação das medidas de adaptação propostas para a cidade de Arequipa, liderado por Yamila Osorio, governadora da região; Claudio Higa, representante responsável pelo Escritório do CAF no Peru; e Adriana Carolina Cortés, executiva da Direção de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do CAF. O evento também contou com representantes de prefeituras, prefeitos dos distritos da jurisdição, representantes de agências governamentais da região e do setor privado, entre outros.

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