Arte e Esperança: modelo humano de negócios em penitenciária de Lima

"Arte e Esperança" é uma iniciativa que incentiva a criação de um modelo de negócio conjunto com os internos da penitenciária Miguel Castro Castro a fim de desenvolver sua visão empresarial e melhorar as suas condições de vida

30 de agosto de 2016

A entrega e a instalação do novo forno a gás para a produção de cerâmica de alta temperatura, realizadas pelo CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina- como parte do projeto que se desenvolve nesta penitenciária, é apenas a primeira de uma série de intervenções para a população de 5.000 detentos que vivem aí.

A produção de cerâmica tem sido uma das atividades promovidas pela Associação Dignidade Humana e Solidariedade dentro do Castro Castro. Este trabalho é realizado há mais de quatro décadas pelo Padre Hubert Lanssiers e beneficia cerca de 2.500 prisioneiros, que participam na produção dessas peças que são comercializadas no mercado nacional.

No evento de entrega do forno, o vice-ministro de Justiça e Direitos Humanos agradeceu os esforços que tanto a Associação Dignidade Humana e Solidariedade como o CAF fazem em benefício dos detentos da penitenciária. "Esta é uma oportunidade para que, através do trabalho, os internos possam redescobrir a dignidade e retornar à sociedade de forma adequada", afirmou o vice-ministro.

Por sua vez, Ana Mercedes Botero, diretora de Inovação Social do CAF, destacou a metodologia de trabalho que se incentiva no Castro Castro. "Construímos um modelo de negócio que se distancia do sistema tradicional, da terceirização de produção no interior das penitenciárias", explicou. "Um modelo de empresa social, que é resultado de uma visão compartilhada dos internos, de tal maneira que inclui as suas necessidades e aspirações, promove o desenvolvimento de uma visão empreendedora e melhora as condições de bem-estar físico e emocional dos reclusos, familiares e autoridades da penitenciária".

Quanto à criação de oportunidades, Carlos Álvarez, diretor da Associação Dignidade Humana e Solidariedade, falou sobre o trabalho realizado pela organização e seus resultados. "Durante todos esses anos dedicados à criação de oportunidades para os internos, com o estudo, o trabalho e a criação artística, conseguimos comprovar que muitos deles podem, com estes instrumentos, recriar suas vidas, voltar ao seio da sociedade como seres dignos e, assim, engrandecer o seu futuro, o das suas famílias e, porque não, o do seu país", disse Álvarez. "A prisão, apesar de ser uma circunstância difícil em que devem viver, transforma-se, se eles assim o decidirem, em uma oportunidade para se tornarem pessoas melhores".

Os internos e suas famílias participam desta iniciativa de inovação social do CAF, em coordenação com o Ministério de Justiça e Direitos Humanos, a Associação Dignidade Humana e Solidariedade, a Pontifícia Universidade Católica do Peru, o Instituto Cultural Peruano Norte-americano, a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), a Fundação Mokichi Okada (MOA), as embaixadas da Espanha, Bélgica e Holanda, Países Baixos, a Ouvidoria Pública e o Provedor de Justiça e a associação Planete Urgence.

Este modelo cocriado de negócio que visa o uso produtivo do tempo em reclusão, a geração de condições de bem-estar físico e emocional dos internos, assim como o desenvolvimento de capacidades que promovem a sua reintegração social e econômica.

Edgar Carpio, vice-ministro de Justiça e Direitos Humanos; Ana Mercedes Botero, diretora de Inovação Social do CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina-; e Carlos Álvarez Osorio, diretor da Associação Dignidade Humana e Solidariedade, estiveram presentes na apresentação do projeto "Arte e Esperança".

 

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