CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
21 de outubro de 2021
O ecossistema empreendedor na América Latina está experimentando um florescimento sem precedentes. Grandes sucessos como Rappi, NuBank ou Kavak têm contribuído com cada vez mais capital de investimento em startups da região e, com isso, vai aprimorar a inovação e soluções para populações carentes.
Esse boom de empreendedorismo também está atingindo governos e tem o potencial de melhorá-los substantivamente. Graças às chamadas empresas govtech, startups baseadas em tecnologia que nascem com o objetivo de impacto social e vocação para resolver problemas de gestão no setor público, muitos processos desatualizados e disfuncionais estão desaparecendo. Embora a presença das govtechs nos países da região ainda seja limitada, essas startups são chamadas a contribuir para cobrir as lacunas de modernização dos Estados.
Após a pandemia do Covid-19, que acelerou a transformação digital em todos os setores e indústrias, os governos da região assumiram que o futuro das administrações públicas passa inevitavelmente pela agilidade. E as soluções das govtechs oferecem justamente isso: desde a garantia de práticas transparentes em compras públicas, até a redução da papelada, melhorias regulatórias e burocráticas ou promoção de maior eficiência nos gastos públicos.
Atualmente, o mercado de soluções tecnológicas para as administrações públicas, que gera mais de 400 bilhões de dólares por ano em todo o mundo, ainda é dominado por grandes empresas de tecnologia. A questão é como os governos podem tomar medidas para abrir esse mercado para startups e aumentar a diversidade e a concorrência. Nesse sentido, as govtechs também serão fundamentais para evitar grandes falhas nos investimentos em tecnologia do Estado em um momento em que os orçamentos de investimento em tecnologia estão crescendo significativamente.
"Esse tipo de empreendedorismo inovador é exatamente o que as administrações públicas latino-americanas precisam. A Govtech está transformando a forma como os governos projetam e executam políticas públicas usando a tecnologia. Eles agregam valor à aceleração da digitalização dos governos, permitindo-nos experimentar soluções disruptivas a fim de redefinir nossos governos no modo de recuperação, principalmente nas cidades", diz Carlos Santiso, diretor da Diretoria Estadual de Inovação Digital do CAF.
A região conta com uma série de startups baseadas em tecnologia que já estão fornecendo soluções para as administrações públicas. Munidigital na Argentina, Brasil e Costa Rica com sua plataforma para a gestão eficiente de incidentes no âmbito municipal, como a gestão de árvores; VisorUrbano e Civica no México com suas soluções de cadastro digitais municipais e automação de serviços ao cidadão; OsCity, Appterix e Signature, também na Argentina, e suas soluções de tecnologia blockchain para gestão pública e cartório digital; Linte, no Brasil, e seu software para automação de rotinas e documentos legais; ou UNBLUR e Citibeats na Espanha com soluções para gestão de emergências e participação cidadã.
Todas essas empresas têm sua razão de ser na gestão de dados, o que contribui para melhorar a qualidade dos serviços públicos e ajuda os governos a prever as necessidades e comportamentos dos cidadãos. Nesse sentido, o relatório Relatório Govtech e o futuro governo do CAF traz 30 recomendações para governos e startups a fim de melhorar a eficiência dos processos administrativos.
Os esforços para impulsionar o ecossistema govtech estão se multiplicando na América Latina e no resto do mundo. Recentemente, foi lançada a primeira Aliança Global Govtech, um espaço de diálogo político e troca de boas práticas, composta por entidades governamentais, nacionais e locais, que buscam promover empresas públicas e impulsionar seus ecossistemas govtech. Seu primeiro encontro contou com a presença de 10 países, incluindo Colômbia, Brasil, Argentina, México, Lituânia, Luxemburgo, Espanha, Polônia, Reino Unido e Sérvia. Esta rede é inicialmente presidida pelo Governo da Colômbia e contará com o apoio do CAF como secretariado permanente.
Outro esforço para aprimorar soluções govtech é a criação do govtechlab do CAF, um espaço que fomenta a colaboração entre governos, startups e PMEs que utilizam dados, tecnologias digitais e metodologias inovadoras para resolver problemas públicos e melhorar a transparência e a eficiência da gestão pública.
A plataforma integra uma série de iniciativas de ação govtech em torno da geração de conhecimento, assessoria técnica e investimentos de impacto.
A América Latina tem uma série de desafios estruturais que precisa resolver para ter governos mais ágeis, transparentes e eficientes. Entre os mais importantes estão uma máquina governamental ultrapassada, alta informalidade institucional e baixa capacidade de prestação de serviços. Todos esses problemas estão na mira da govtech.
19 de novembro de 2024
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