Autoridades da América Latina se reúnem em Bogotá para analisar como adaptar a infraestrutura da região às mudanças climáticas

  • Cerca de 30 especialistas da América Latina, Ásia, Estados Unidos e Europa foram convocados pela CAF para analisar esta temática.
  • Foi anunciada a criação do primeiro centro de pensamento sobre infraestrutura para as mudanças climáticas

06 de julho de 2012

(Bogotá, 6 de julho de 2012) Cerca de 300 pessoas de diferentes países assistiram ao seminário Infraestrutura para mudanças climáticas, organizado pela CAF – banco de desenvolvimento da América Latina – com o objetivo de discutir a forma mais eficiente para construir sistemas de infraestrutura no curto, médio e longo prazo, diante de uma nova realidade ambiental condicionada pelas mudanças climáticas que estão gerando consequências sociais e econômicas em todo o planeta, particularmente na América Latina, onde estão altos níveis de vulnerabilidade.

Na última década, o continente americano sofreu 922 catástrofes naturais que levaram a vida de mais de 247 mil pessoas. Ainda foi o segundo continente mais afetado pelos desastres, depois da Ásia, teve os maiores danos econômicos (46% em relação ao resto do mundo). Por esta razão, a instituição financeira realizou este seminário com o fim de discutir as prioridades em matéria de gestão de risco e estratégias de adaptação às mudanças climáticas que são necessárias para garantir condições de sustentabilidade no desenvolvimento dos países da região.

Neste sentido, a CAF convocou especialistas da Ásia, América Latina, Europa e Estados Unidos, que aportaram sua experiência na gestão de riscos associados com fenômenos naturais e identificaram a necessidade de gerar melhores condições para a adaptação das infraestruturas às mudanças climáticas. Foram apresentadas as lições aprendidas no furacão Katrina nos Estados Unidos, no tsunami no Japão e no terremoto do Chile, casos que foram apresentados por aqueles que participaram da gestão e recuperação desses países pós-catástrofes.

Enrique García, presidente-executivo da CAF, ressaltou a necessidade de aumentar os investimentos em infraestrutura como fator relevante para o desenvolvimento no âmbito dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. Dado o aumento na ocorrência de desastres naturais na última década, destacou a importância de repensar as infraestruturas no futuro; a forma como se planejam e avaliam as intervenções e como elas são executadas, gerando maior valor em matéria econômica, social e ambiental.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos Calderón, enviou uma mensagem na qual destacou a importância de especialistas irem a Colômbia para dividir suas experiências sobre como se deve planejar, construir e conservar a infraestrutura para enfrentar uma realidade irreversível como as mudanças climáticas. Já o ministro de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Frank Pearl, anunciou os esforços d governo na formulação de uma política ambiental e desenvolvimento como plataforma para a definição de intervenções mais integrais e sustentáveis.

“Ao agradecer o interesse da CAF em gerar análise e discussão em torno deste tema fundamental, quero reiterar o maior compromisso do governo nacional em construir essa infraestrutura que realmente nos prepara para as fatalidades das mudanças climáticas. Suas apreciações e sugestões e as de todos os participantes são mais do que bem-vindas”, disse o presidente Santos.

Já o ministro de Transporte, Miguel Peñaloza, ressaltou a importância de realizar análise sistêmica como base do processo de tomada de decisões em matéria de infraestrutura e de reconhecer que, no futuro, as intervenções deverão contar com uma avaliação mais estratégica que minimalize os impactos ambientais, reduza os fatores de risco e melhore as condições de adaptação frente as mudanças climáticas.

No seminário, foi anunciada a criação de um Centro de Pensamento sobre Infraestrutura para as Mudanças Climáticas, como espaço formado por especialistas nacionais e internacionais, que permita uma instancia de reflexão e consulta permanente nessa questão. Também apoiará os governos da região nos planos e projetos que devem ser realizados para enfrentar de uma forma concreta as soluções necessárias para esta realidade ambiental.

Gregory Asner, da Energy Climate Fellow do Departamento de Estado dos Estados Unidos, um dos especialistas internacionais que participou do seminário, afirmou que Colômbia e a Amazônia são os principais territórios do mundo que apresentam variações drásticas, onde se preveem novos cenários climáticos nas próximas décadas.

Esta realidade, segundo ele, exige repensar as formas de intervenção do território considerando a necessidade de conservar as florestas e a biodiversidade como reguladores naturais e garantia para gerar condições que protejam as infraestruturas e melhorem as condições de adaptação. Este desafio requer um maior compromisso entre os responsáveis políticos, especialistas em recursos naturais, em planejamento e a comunidade científica.

Para conhecer mais detalhes sobre o seminário e ver as apresentações dos especialistas acesse http://eventos.caf.com/infraestructura-cambio-climatico

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