Brasil: novos modelos de negócios para alcançar a eficiência energética

Oito modelos de negócios podem ser adotados para modernizar o parque público de iluminação do Brasil, com a substituição das lâmpadas de vapor de sódio pela tecnologia LED

20 de junho de 2016

O Brasil poderá atingir um quinto de sua meta de economia de energia até 2030 com a substituição das lâmpadas existentes pela tecnologia LED, de acordo com o relatório Iluminando Cidades Brasileiras: Modelos de Negócios para a Eficiência Energética em Iluminação Pública, publicado pelo Banco Mundial e apresentado em São Paulo, em evento com a participação de especialistas de organizações multilaterais, como o CAF.

Explicou-se, durante o evento, que as lâmpadas LED são de 40% a 60% mais eficientes em termos de consumo energético que as lâmpadas de vapor de sódio e mercúrio, que, atualmente, dominam a iluminação pública brasileira. No entanto, o custo da modernização é um desafio para os governos locais, para quem a responsabilidade pela administração dos ativos de iluminação pública foi transferida, em 2013.

No evento, foram também analisados, juntamente com interlocutores, como IFC, BNDES, CAF e Frente Nacional de Prefeitos, oito modelos de negócios que, atualmente, florescem no Brasil como solução para essa necessidade:

  1. PPP Municipal: é criada uma Parceira Público-Privada (PPP), à qual o município outorga uma concessão administrativa para modernização e operação eficiente do parque público de iluminação.
  2. Consórcios de PPPs: vários municípios fazem parceria em um consórcio para criar uma PPP de maior porte, ideal para pequenas cidades.
  3. Financiamento municipal: o município emite dívidas por meio de mecanismos tradicionais.
  4. Programas de concessionárias de energia: a concessionária de serviços elétricos concede empréstimos aos municípios, recuperando os custos por meio de transferências municipais e reajustes na tarifas de energia elétrica.
  5. Empresas de serviços de energia (ESCO): a ESCO capta recursos de terceiros, adquire e instala lâmpadas LED em troca de pagamento do município.
  6. Consórcio Municipal: criação de consórcios municipais para centralizar a compra de LEDs e se beneficiar da economia de escala em relação ao fornecedor.
  7. Autofinanciamento: as prefeituras investem na modernização usando recursos próprios.
  8. Transferência de lâmpadas: consiste na transferência das lâmpadas de vapor de sódio ou mercúrio substituídas pelas novas lâmpadas LED para municípios que não contam com boas perspectivas de modernização no curto prazo.

O vice-presidente de Energia do CAF, Hamilton Moss, enfatizou a importância da colaboração do banco multilateral de desenvolvimento, já que a instituição pode se adaptar à maioria dos modelos de negócios mencionados, graças à sua ampla gama de produtos financeiros, que lhe permite trabalhar tanto com risco soberano, como com o setor não soberano público e privado, além de dispor de conhecimento técnico capaz de fornecer consultoria especializada aos municípios na estruturação desses esquemas de modernização.

Além disso, Moss apresentou, no evento, o Programa Regional de Eficiência Energética do CAF, que oferece linhas de financiamento disponíveis para tais iniciativas.

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