Brasil, Top 4 no Índice Govtech 2020

CAF –Banco de Desenvolvimento da América Latina- publicou o primeiro Índice Govtech da Iberoamérica, que analisou o contexto de 16 países. O Brasil ficou em 4 lugar, atrás de Espanha, Portugal e Chile.

14 de agosto de 2020

O CAF -banco de desenvolvimento da América Latina- e a Oxford Insights publicaram o primeiro Índice GovTech da Iberoamérica, que analisa a maturidade dos ecossistemas nos quais startups e pequenas e médias empresas inovadoras trabalham com governos para resolver problemas públicos mediante o uso de dados e tecnologias digitais.

O índice, encabeçado pela Espanha com uma pontuação de 6,6 de um total de 10, e seguido por Portugal (6,2) e Chile (5,3), situa o Brasil em quarto lugar. Em quinto lugar ficou o México, com 5,2. O documento usa como referência 28 indicadores e desenvolve 7 dimensões, agrupadas em três pilares:  Startups, Governo e Compras Públicas.

O Brasil se encontra bem acima da média regional (3,41) no pilar Startups, com uma pontuação de 5,77 o que, segundo o relatório, reflete o ambiente criado por uma promissora infraestrutura técnica, por meio da disponibilidade de dados e desenvolvedores de tecnologia. Ainda, destaca-se um ambiente regulatório relativamente favorável no país, onde os negócios podem ser iniciados com mais facilidade e talentos provenientes das universidades mais bem aproveitados do que em outros países da região, além de parcerias com indústrias.

No pilar Governo, o Brasil obteve uma pontuação um pouco acima da média regional (4,62), tendo ficado com 4,84, o menor resultado nos três pilares analisados. Segundo o documento, preocupa o fato de a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital não ter mencionado o tema govtech. Por outro lado, o país tem como ponto positivo nos quesitos relativos à prestação de serviços online, apontando elevado nível de interesse em digitaliza-los.

Já no pilar Compras Públicas, o Brasil alcançou pontuação de 5,16, porém ficou atrás da média regional, que foi de 5,45. Uma das explicações para o índice é a falta de confiança nos processos de compras governamentais, impactados negativamente pelos escândalos de corrupção do passado. Embora exista uma legislação robusta sobre o tema, é comum que os processos de compras sejam objeto de investigações. Espera-se que aprovação do Marco Legal das Startups, prevista para curto prazo, crie um impacto positivo no ambiente de compras governamentais brasileiro.

Gove – Um caso de sucesso entre as startups brasileiras

Em outro estudo realizado pelo CAF – Govtech e o Futuro do Governo: o caso da Gove no Brasil – é apresentado um caso bem-sucedido de startup nacional, voltada para a prestação de serviços para o setor público. Trata-se da Gove, plataforma de decisão para eficiência de governos, criada em 2016 e voltada para municípios de todos os tamanhos. O foco da empresa é a utilização de tecnologia e de dados para melhorar a qualidade das decisões de gestores públicos municipais.

A plataforma Gove é um Software as a Service (Saas), que integra os dados dos sistemas financeiros municipais. A plataforma analisa as informações, indica oportunidades de melhoria de eficiência orçamentária ao gestor público e, uma vez que o gestor público decide se engajar na resolução da ineficiência identificada, a plataforma e especialistas de apoio prestam o suporte técnico para que a solução ideal seja definida e implementada com sucesso.

A plataforma auxilia o gestor público municipal em 3 frentes distintas, porém integradas. São elas:

  1. Monitoramento contínuo e inteligente da execução orçamentária municipal. Análises que auxiliam o dia a dia de gestores das secretarias de finanças, como por exemplo saldo orçamentário e financeiro, ocupação de dotações, despesas e receitas por fonte de recursos, entre outros, são automatizadas e disponibilizadas de forma simples e amigável na plataforma;
  2. Identificação de oportunidades fiscais por meio do aumento de receitas e otimização de despesas. Com os dados de execução orçamentária coletados por meio da integração junto aos sistemas financeiros das administrações públicas e por meio dos dados obtidos a partir da inserção feita diretamente pelos servidores públicos, a plataforma identifica receitas e despesas sendo executadas de maneira não ótima. As oportunidades identificadas são informadas aos gestores públicos através de alertas para que estes estejam cientes sobre onde estão os problemas que, se resolvidos, podem melhorar a qualidade do orçamento municipal;
  3. Elaboração de possíveis soluções para o problema identificado, e passo a passo para que ele seja resolvido. Além disto, a plataforma dispõe de mecanismos de comunicação e gestão de projetos que conferem governança e ritmo para as atividades em execução.

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