CAF, CEPAL, BID e OPAS promovem equidade e desenvolvimento sustentável
19 de novembro de 2024
Nove países latino-americanos se unem na Iniciativa Latino-Americana do Cacau para maximizar a competitividade do setor cacaueiro na região, que atualmente é responsável por 80% da produção do cacau prime global
26 de abril de 2017
Entre os abundantes recursos naturais que podem ser encontrados na América Latina, destaca-se, por sua raridade e originalidade, o cacau fino ou de aroma, o mais seleto oferecido pelos mercados internacionais e que os paladares mais exigentes poderão degustar.
Atualmente a região é responsável por 80% da produção global desse tipo de cacau e, levando-se em conta que nove a cada dez empresas cacaueiras encontram-se nas mãos de pequenos produtores, estamos diante de uma oportunidade para promover modelos de desenvolvimento sustentável que estimulem o comércio inclusivo, as boas práticas de produção agroflorestal e que, além disso, inovem para diversificar a oferta de cacau na indústria alimentícia, cosmética e fitofarmacêutica.
Nesse cenário nasceu, por meio do CAF, a Iniciativa Latino-Americana do Cacau (ILAC), que integrará os principais produtores latino-americanos de cacau fino ou de aroma para promover a competitividade, estimular os negócios ecológicos e sustentáveis e promover uma estratégia regional de desenvolvimento desse emblemático produto nos mercados nacionais e internacionais.
A iniciativa, que em sua primeira fase será composta pelo México, Panamá, República Dominicana, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Costa Rica e Bolívia, também espera melhorar a gestão, administração e as estruturas das organizações de pequenos produtores. Essas melhorias deverão, por sua vez, facilitar o acesso a novas linhas de financiamento, identificar produtos com valor agregado que podem ser produzidos pela indústria e promover as melhores práticas ambientais no setor cacaueiro.
"A produção de cacau promove direta e indiretamente a inclusão econômica e a melhoria das condições de vida de mais de três milhões de pessoas. Com essa iniciativa pretendemos converter o cacau em um elemento integrador e catalizador de oportunidades de troca de conhecimentos, tradições, culturas, identidades e experiências na região das populações produtoras", assegura Ligia Castro, diretora de Meio Ambiente e Mudança Climática do CAF.
Castro acrescentou que o projeto, cujo objetivo é eliminar as lacunas de produção de conhecimento e tecnologia, favorecerá a entrada do cacau latino-americano em mercados que privilegiem o biocomércio e a oferta de qualidade. Além disso, oferecerá uma oportunidade de apoiar os países da região no desenvolvimento de um mercado de cacau prime que possa, devido a suas características exclusivas em termos de sabor e aroma, ser comercializado fora do mercado das matérias primas com valores superiores ao do cacau do tipobulk.
De qualquer forma, a região apresenta uma série de desafios para que essas projeções se tornem realidade. Entre os principais desafios, destacam-se os seguintes:
O promissor mercado do cacau fino
Atualmente, uma tonelada de cacau tipobulktem um valor médio entre 3.100 e 3.500 dólares por tonelada. Já com relação ao cacau fino ou de aroma, nativo da América Latina, o preço pode variar entre 3.500 e 10.000 dólares por tonelada. Esses valores mostram o potencial dos negócios sustentáveis enquadrados nessa denominação do cacau.
Além disso, o mercado de cacau convencional também experimentou grande dinamismo nos últimos anos. Entre 2014 e 2015, a produção mundial de cacau foi de 4.192 milhões de toneladas, da qual 72% foram produzidos pela África, 18% pela América Latina e 10% pela Ásia e Oceania.
Levando-se em conta que entre 80% e 90% da produção mundial de cacau se baseia em atividades familiares de baixa escala, a região se encontra diante da oportunidade de resolver dois problemas de uma só vez: estimular a economia promovendo, ao mesmo tempo, atividades empresariais que gerem um bem a partir do uso sustentável da biodiversidade nativa dos países.
Nesse sentido, a ILAC também foi convidada a estimular uma nova geração de negócios ecológicos capazes de contribuir para a agenda de desenvolvimento sustentável da região, segundo as boas práticas ambientais, sociais e econômicas.
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